Cotidiano | 08/03/2011 | 11:27
Pesquisa mostra 50% de homens com HPV
Especial de Bruno Bocchini, da Agência Brasil
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Levantamento feito no Brasil, no México e nos Estados Unidos mostra que 50% dos homens pesquisados têm o papiloma humano (HPV). O estudo, publicado na revista científica Lancet, foi feito com 1,1 mil homens e durou aproximadamente dois anos e meio. Sexualmente transmissível, o vírus pode causar câncer tanto em homens quanto em mulheres. No entanto, doenças mais graves, derivadas do HPV, são mais recorrentes no sexo feminino: o vírus é uma das principais causas do câncer de colo de útero.
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“O número surpreendeu. A gente sempre achou e acreditou que a prevalência era maior em mulheres e que o vírus era mais adaptado à mucosa genital feminina”, diz o médico José Eduardo Levi, pesquisador do laboratório de virologia do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP). Nas mulheres, além de ser responsável por 80% dos casos de câncer do colo do útero, o vírus pode provocar verrugas na vagina, e sintomas desagradáveis, como prurido, coceira e corrimento.
Nos homens, a incidência de câncer, devido ao HPV, é muito baixa, mas há ocorrências de câncer de pênis e anal, além da formação de verrugas genitais. “O HPV é transmitido por contato sexual. Quando se usa o preservativo, evita-se o contato pele-mucosa, e diminui muito o risco. Mas o preservativo não é 100% eficiente porque as pessoas só colocam o preservativo no momento da penetração, e apenas o contato das áreas genitais pode transmitir o vírus”, explica o médico.
Segundo o Ministério da Saúde, um estudo feito em seis capitais brasileiras, em 2005, publicado em 2008, mostrou a prevalência de HPV – em mulheres e homens que procuraram atendimento em clínicas de doenças sexualmente transmissíveis – de 41% de um total de 3,2 mil pessoas. De acordo com uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o HPV atinge 685,4 mil pessoas no país. No Brasil, a vacinação é permitida apenas para mulheres de 9 a 26 anos e não é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Em alguns outros países, já se estendeu essa idade. Agora, estamos na fase de publicação de estudos para os homens”, diz Eduardo Levi .