Cotidiano | 31/03/2012 | 19:57
Projeto promove reflexão ambiental
Especial do Jornal do Rincão
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O Instituto Ilhas do Brasil, de Florianópolis, trouxe ao Balneário Rincão o projeto Adaptar Brasil, que visa fortalecer e provocar reflexões nas comunidades mais vulneráveis a efeitos climáticos extremos decorrentes nessas regiões como ressacas, inundações ciclones extratropical, tempestades, ventos de alta velocidade e até mesmo furacões. Desde 2007 a ONG visita municípios de área costeira e ilhas realizando oficinas. O Projeto já passou nas comunidades de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, Boi Peba, na Bahia, e atualmente percorre o Sul de Santa Catarina.
Para realizar a oficina no Rincão, a ONG contatou a Colônia de Pesca Z-33 e a ONG Sociedade Ecológica. Ambas ajudaram a organizar as palestras. As oficinas aconteceram na tarde de quinta-feira, dia 29, com cerca de 45 pessoas entre pescadores, alunos da escola Melchíades Bonifácio Espíndola e moradores na Sede da Colônia de Pescadores Z-33. Já à noite, no Auditório Dona Noca, a oficina reuniu em torno de 50 pessoas entre membros da ONG Sociedade Ecológica, Associação de Moradores do Balneário Rincão, Ascas, lideranças da comunidade e moradores. Em cada encontro foi abordado um tema.
De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores, João Picollo, o evento vespertino do Adaptar Brasil veio de encontro às preocupações da comunidade pesqueira. “Nós estamos preocupados com a questão ambiental, pois envolve nossa atividade. Incluímos os alunos, pois precisamos trabalhar também a conscientização. São de cursos assim que precisamos trazer. A educação é importante”, conta.
Já no auditório Dona Noca, de acordo com o presidente da ONG Sociedade Ecológica, Vidal dos Santos, teve como objetivo trabalhar as questões ligadas à ocupação territorial dos municípios litorâneos e suas vulnerabilidades. “A importância se faz principalmente por o Rincão ser agora um município. Para que as pessoas entendam melhor a comunidade onde vivem e aprendam as questões de preservações desses ambientes marinho e a ocupação correta da área costeira”, comenta.
“Iremos trazer outra oficina no mês de junho, que será mais especifica à ocupação ambiental e das áreas de preservação permanente (APPs), com um arquiteto urbanista, dirigida para todas as lideranças comunitárias e pré-candidatos a vereadores, que serão os futuros legisladores”, convida. A oficina foi dirigida pela consultora Socioambiental e Educadora, Gabriella Paixão, e pela oceanógrafa e Educadora Socioambiental, Andresse Maria Gnoatto.
Um exemplo de solução apresentada é o cultivo de uma horta pequena no telhado. Além de produzir alimento, climatiza a moradia. Outro exemplo dado pelas palestrantes é o uso do adobe, que é um tipo de tijolo muito resistente feito com argila e palha que não tem a necessidade de cozimento, portanto não polui o meio ambiente.
Ainda pode-se utilizar de cisternas para a captação das águas das chuvas, saneamentos ecológicos para os resíduos negros e cinzas produzidos pelo banheiro e cozinha em um sistema que envolve as bananeiras que absorvem esses resíduos. “A gente pode tomar atitudes para diminuir os prejuízos em um evento climático extremo”, ressalta a consultora Gabriella.