Cotidiano | 21/04/2013 | 09:13
Reflexão: Divisórias
Jairo Martins
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Divisórias não são divisores, não rompem, não acusam. São testemunhas silenciosas de emoção que vai além dos limites. Confidentes fiéis, os medos tornam-se claros e todos os enigmas revelam suas identidades. Serão mesmo divisórias?
Mesmo na escuridão elas não vão embora. Quem dera tivessem boca. Quem dera tivessem olhos e pudessem ler os pensamentos dos interiores das divisórias. Seria o marco divisor entre a inércia e a ação. Seria o divisor entre a teoria e a prática.
Hoje, elas não são os limites do fim, mas o início de todos os meios. Divisórias não cercam o tamanho do pensamento, não acorrentam a ansiedade, não ofuscam o alcance do querer. As mesmas sementes ficam maduras e revelam suas flores sem divisão. Não há imposição, bloqueio e impedimento que resistam as fortalezas do agir.
Divisórias não são muralhas, e sim, nos remetem a limites além do inexplicável. O que as divisórias escondem? Quem fica do lado e fora, sem respostas, adormecem sem saber o melhor do esconderijo. Onde colocaremos nossas divisórias? Nos nossos medos? Na nossa covardia?
Cercaremos de divisórias sem portas, sem opções de caminhos, logo, sem efeito. Seremos réus ou cúmplices dessa falsa timidez. Quem dera, possamos construir divisórias deixando do outro lado o que não traz prazer.Deixar a escuridão do outro lado e estar contracenando com a divisória o que há de mais intenso e claro para que a intimidade do coração encontre fiéis companheiros que aplaudem quem viveu além dos seus limites...