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Wilson Dias [Agência Brasil]

Cotidiano | 15/11/2017 | 15:27

República completa 128 anos ainda com desafios éticos e morais

Especial do Jornal Gazeta

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O país passa por um conturbado momento político. Há um cenário recheado de escândalos envolvendo tanto o Planalto quanto o Congresso Nacional. O Brasil pode até não estar caminhando da melhor forma, ou pelo menos da forma como deveria ser, entretanto, nesta quarta-feira é dia de lembrar um dos momentos mais importantes de sua história: a proclamação da República, ocorrida há 128 anos.

“Foi um ato registrado na cidade do Rio de Janeiro, mas ressalta-se que a instalação da República tem todo um reflexo ligado a antecedentes ocasionadas pelas várias crises institucionais do reinado de Dom Pedro II, sofrendo desgastes durante as décadas anteriores, com as manifestações ideológicas permeando este período”, explica o historiador Tiago Coelho. Ele lembra ainda que a proclamação da República ocorreu pouco mais de um ano após a declaração da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no país.

“Com o fim da escravidão, o Império perdeu o importante apoio que tinha dos escravocratas e ao mesmo tempo perdeu o apoio da Igreja, que era fundamental, ao buscar interferir em assuntos religiosos. Os militares também estavam descontentes. E a classe média, em constante crescimento, também almejava maior espaço nas decisões políticas”, cita o historiador. Diante da decadência da Monarquia e o crescimento do desejo por ter uma República, em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, num golpe articulado pelo Exército, declarou fim ao período imperial e formou um governo provisório.

“Dom Pedro II estava ciente de que não conseguiria reverter a situação e, com isso, então atendeu a vontade do povo naquele momento e embarcou de volta à Europa, onde veio a falecer dois anos mais tarde”, descreve. “Esta é uma data importante para que possamos fazer reflexão da forma como o país está caminhando. Temos que entender que a questão não é a República em si, mas principalmente o que nós estamos fazendo com ela”, defende o professor de Direito Luiz Eduardo Conti.

Neste ano, um dos assuntos mais debatidos no que se refere à política é sobre o modelo de definição dos deputados. Atualmente o sistema que elege parlamentares é o proporcional. Mas se discutiu a possibilidade de adotar o chamado distritão, o distrital e até o distrital misto. “São assuntos importantes de serem debatidos, mas o problema é quem está debatendo esses assuntos. Temos que ter ciência se trata-se realmente da melhor decisão geral ou é a melhor decisão para os políticos que hoje já estão”, reflete.