Cotidiano | 09/01/2014 | 09:03
Órgãos ambientais avaliarão duplicação
Especial de Andréia Limas, do Jornal da Manhã
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Planejada para desafogar o tráfego na SC-445, entre Criciúma, Içara e a BR-101, a duplicação da rodovia ainda não tem data para sair do papel, mas o processo segue em andamento e nos próximos meses serão cumpridas etapas importantes. Segundo o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller, o projeto já está pronto e deve ser encaminhado aos órgãos ambientais ainda em janeiro.
A estimativa é que, entre fevereiro e março, seja realizada a última audiência pública para apresentação do projeto. “Uma obra como essa traz implicações e por isso a necessidade de discuti-la com a comunidade”, aponta o presidente. Ele lembra que, a partir da duplicação, não será mais possível cruzar de uma pista para outra sem a utilização dos trevos e retornos que serão construídos. Isso vai aumentar o percurso para quem mora de um lado da SC-445 e trabalha do outro, por exemplo.
“Precisamos pensar nas pessoas que estão às margens da rodovia, nos benefícios e prejuízos que a duplicação trará a elas”, entende. De acordo com dados do Deinfra, a SC-445 está entre as três rodovias do Estado com maior movimento – a contagem é obtida pela média de veículos que trafegam por dia durante todo o ano. “Ela só perde para a SC-401, em Florianópolis, e empata com a SC-405, que leva ao Sul da Ilha e ao aeroporto”, informa Meller.
O presidente conta que, pelos estudos do Deinfra, a tendência é que a rodovia tenha seu volume de tráfego reduzido em 40% após a conclusão da Via Rápida. As duas terão praticamente a mesma extensão, mas a SC-446 contará com quatro pistas, devendo receber 22 mil veículos/dia. “A SC-445 terá um trânsito mais local que regional”, considera.
Durante e após as obras de duplicação da SC-445, o acesso aos pontos de comércio ao longo da rodovia também será limitado, e isso é motivo de preocupação para os lojistas. “A quantidade de carros que passa por aqui é muito grande. E o que todos nós esperamos é que a rodovia traga bons frutos para os comerciantes e não que atrapalhe as vendas”, ressalta o comerciante Antônio Novaski.
Já o diretor industrial Gilberto Ascare aposta em benefícios. “Existem mais prós do que contras à duplicação. A empresa que estiver às margens será vista entre os que trafegarão pela rodovia duplicada”, afirma. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Içara (Acii), Joi Luiz Daniel, a reclamação quanto aos primeiros projetos era o número de viadutos, agora já reduzido. “O viaduto ficaria em frente à minha loja. Não sei como está o projeto, porque não acompanhei as últimas reuniões na comunidade, mas, se existir o viaduto em frente à minha loja, vai tirar a visibilidade do meu negócio”, argumenta o comerciante Carlos Pavei.
Outra preocupação diz respeito ao tempo que os serviços demandarão para ser concluídos. “Os comerciantes pedem um maior empenho do governo para realização da obra da forma mais rápida possível, para que não atrapalhe as vendas nos comércios ao longo da via”, aponta o presidente da Acii. Ele entende que a duplicação trará a urbanização ao longo da rodovia. “Nós queremos que ela seja a continuação da avenida Centenário”, projeta.