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Cotidiano | 16/01/2013 | 09:30

Rincão recebe espetáculo “Júlia”

Especial de Djonatha Geremias, do Jornal da Manhã

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O espetáculo teatral “Júlia”, de qualidade reconhecida nacionalmente pela crítica, será apresentado gratuitamente pelo premiado grupo de teatro Cirquinho do Revirado, às 21 horas, no calçadão do Balneário Rincão nesta quarta-feira, dia 16. A peça faz parte da turnê litorânea patrocinada pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio do Prêmio Myriam Muniz de Teatro, com o qual foi contemplada a peça “Júlia”. Além do espetáculo de rua, o grupo ministra por onde passa oficinas de como andar sobre pernas-de-pau. A de Rincão aconteceu ontem à tarde, às 14 horas, também no calçadão, onde o ator e diretor Reveraldo Joaquim instruiu, também de graça, aproximadamente 15 pessoas interessadas na técnica.

Uma delas foi a funcionária pública Zélia Magnus da Luz, que, aos 47 anos e com 1,52 metro de altura, pode sentir a sensação de ter a altura de uma modelo. “É bem emocionante! Gosto de experimentar coisas novas, dá um friozinho na barriga, uma ansiedade, mas foi ótimo. Muito legal a iniciativa do Cirquinho”, comenta ela entusiasmada, que soube da oficina ao ler o Jornal da Manhã e mobilizou a irmã, sobrinhos e até os amigos dos sobrinhos para participar da oficina. O estudante José Nazário, de 14 anos, sentiu na pele o desafio. “Parece que estou com 300 quilos em cada perna. Isso faz a gente perder a noção do equilíbrio, mas vou conseguir”, contava enquanto aprendia.

Desafio também para o pirófago Eduardo Przybulinski Dutra, de 30 anos. Artista de rua, ele se apresenta há nove anos com a técnica da pirofagia (cuspir fogo) em semáforos. Quando soube da oficina gratuita ao passar pelo calçadão, não teve dúvidas de que seria um aprendizado a mais para complementar sua arte. Mesmo já tendo sofrido acidentes com o fogo, ele ainda quer continuar se apresentando e, desta vez, inovando sobre pernas-de-pau. “Você já viu um artista de verdade desistir de sua arte por causa de alguns erros? Quando você faz o que gosta e sente a adrenalina, quanto mais perigoso e arriscado, melhor fica”, defende o aluno.

No teatro, a técnica é utilizada principalmente em apresentações abertas, em que os atores precisam se destacar no público para que todos possam vê-los, quando não há um palco. Além disso, o acréscimo de aproximadamente 50 centímetros na altura dos atores infere em alterações dramatúrgicas nas personagens. “Quem fica assim mais alto tende a passar uma imagem de superioridade, de mais poderoso e até opressor”, exemplifica Reveraldo. Para ele, a técnica das pernas-de-pau vai além das utilidades cênicas: é uma superação de vida. “Vemos aqui pessoas de várias idades e tamanhos se desafiando, superando limitações físicas. O objetivo da oficina para o público em geral, esse que não é de atores ou circenses, é desmistificar a ideia de que só profissionais podem fazer isso, ou seja, qualquer um pode aprender, não porque é fácil, mas porque todas as pessoas são capazes se quiserem”, propõe.

Depois do espetáculo “Júlia” de hoje à noite, que conta a trama da deficiente física Júlia (interpretada pela atriz Yonara Marques) e do deficiente mental Palheta (interpretado por Reveraldo Joaquim), duas pessoas de rua consideradas excluídas da sociedade, o Cirquinho do Revirado segue a turnê pelo litoral Sul e Sudeste brasileiro. Na sexta-feira eles estarão em Laguna. Depois, seguem para o Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Eles já percorreram o Rio Grande do Sul, nas cidades de Torres e Tramandaí.


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