Simone Cândido: Conheça e contribua com o projeto Seu Lixo, Meu Tesouro

Equipamentos de informática em desuso podem se tornar aliados na educação de jovens

Simone Luiz Cândido

Arlan Rodrigues, o idealizador do projeto Seu Lixo, Meu Tesouro, é fotógrafo. Nas horas vagas gostava de aprimorar os conhecimentos em informática. E, tendo em vista a pandemia no início de 2020, toda a agenda foi cancelada. Seu trabalho era feito em eventos, onde fazia books fotográficos. Surgiu então uma nova possibilidade de trabalho, a informática. Era algo que também gostava, além da profissão de fotógrafo. Resolveu abrir então a Infolan.

No início da pandemia, Arlan percebeu que uma moradora do bairro, sua amiga, havia sumido das redes sociais. Foi então que resolveu ir até a casa da família averiguar o que havia acontecido. Chegando lá descobriu que só havia um único celular para todos da família utilizarem para seus estudos de forma remota.

Nesse momento surgiu a inspiração para o projeto que logo tomou forma. Pensou como poderia ajudar essa família e até outras que estavam na mesma situação. Conversou com amigos e começaram a surgir doações de computadores em bom estado de uso ou que poderiam ser reformados. Surgiram também parcerias, escolas e empresas.

AJUDE - As doações podem ser entregues na Biboca Nerd que fica no endereço R. Mal. Deodoro, 318 - Centro, Criciúma - SC, 88801-110. Além do local para doação dos computadores, as doações podem ser feitas através do PIX número 07656023933. Com as doações em dinheiro são comprados periféricos, como mouse e teclado, que são os que mais faltam!

Só no ano passado foram doados pelo projeto 50 computadores e nesse ano de 2021, mais 31, num total de 81 famílias contempladas. Cada doação é uma nova emoção. Os pais relatam a alegria em poderem ver seus filhos estudando de casa em segurança. Para divulgação do projeto, foram feitas camisetas, canecas, pad mouse que são vendidos apenas com o intuito de divulgar o projeto a preço de custo. O que para muitos era “LIXO”, para essas famílias é um grande tesouro.

São sementes espalhadas para várias famílias que tem nesse projeto a possibilidade de estudar em casa com computadores doados. “Difícil falar sobre a sensação do ato. Eu sempre me surpreendo com o que vou encontrar, mas duas coisas que chamam muito a atenção: uma é o choque de realidade que o mundo sempre me mostra. Eu, na idade das crianças beneficiadas não tinha condições de ter um computador, era artigo de luxo na época para quem tinha, era considerado rico e hoje com o passar dos anos, as coisas ainda continuam inacessíveis para muita gente”, indica Arlan.

“A sensação de desigualdade e falta de oportunidade parece nunca ter fim. E hoje eu posso dar o que eu não pude ter para várias pessoas. E eu me sinto muito realizado com isso! A outra é a reação das mães e dos pais, principalmente pai e mãe solo que tem que ralar muito para ter o básico em casa e não deixar faltar nada para os filhos. Um computador, além de dar uma opção de assistir as aulas online em casa, longe do vírus, também é uma ferramenta de formação de pessoas. Dali eu posso estar dando um empurrãozinho para capacitar um ótimo ser humano e profissional de qualquer área”, acrescenta.

“A inclusão digital precisa chegar a todas as famílias, é através dela que podemos ter igualdade entre todos, com a internet podemos visitar o mundo, conhecer novas culturas e nos possibilitar conhecimentos infinitos! Acredito que a Internet é instrumento de incentivo e inspiração para muitas crianças!”, pontua.