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Cotidiano | 10/07/2021 | 08:31

Simone Cândido: Rita de Cássia Vieira e a superação da covid-19

No próximo dia 12 de julho, Rita completa dois meses pós-covid, mas ainda segue em tratamento

Simone Luiz Cândido

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No início de março, uma segunda-feira, começaram os sintomas. Na quarta-feira veio a coriza e no domingo foi então ao centro de triagem. Fizeram o exame PCR, conhecido como exame do cotonete, e a médica já suspeitou de algo no pulmão direito. Passou uma medicação e foi para o isolamento. Não havendo melhoras, na outra quarta-feira foi ao Hospital São Donato, fizeram Raio-x, a médica passou outros remédios e suspeitou de covid.

No domingo seguinte foi novamente para o Hospital São Donato, agora no Pronto Socorro e aí a médica verificou a baixa oxigenação e internou. Durante a internação veio o diagnóstico da covid. Foi levada para o Hospital São José para fazer tomografia, constatou-se que os pulmões já estavam 40% tomados. Na quarta-feira seguinte à noite foi entubada.

Os rins pararam de funcionar ainda no Hospital São Donato, sendo necessária hemodiálise. Alguns dias após a internação o quadro de saúde foi agravado e ali começava a luta por uma vaga na UTI. Alguns dias depois surgiu uma vaga em Araranguá, a família ficou apreensiva, pois era um pouco longe, não se sabia como fariam, se poderiam vê-la novamente... Além da hemodiálise, ela precisou de bolsa de sangue, teve inchaço, mais infecção por bactéria e fibrose.

Sua Sobrinha Isadora Brígido assumiu o posto de informante sobre o estado de saúde de sua tia Rita. Todos os dias, fazia um boletim com as informações repassadas pelo hospital. Amigos, parentes se uniram em preces por Rita. Em muitos desses dias era desesperador, disseram que a família se preparasse, pois não se tinha algo concreto que pudesse afirmar o que aconteceria com ela.

No fim de cada dia havia grande expectativa para que se soubesse alguma evolução no quadro de saúde. Liamos os textos publicados nas redes sociais por Isadora, nos sentíamos próximos de Rita. Era algo que nos fazia emanar uma energia de fé e cura.

Entre altos e baixos nos boletins sobre a saúde de Rita, após 31 dias de UTI, tivemos a primeira alta. Naquele momento já haviam sido vencidas algumas etapas. Mas ainda havia uma superbactéria, frequentemente encontrada em UTI, é um organismo acostumado com antibióticos e que se tornou resistente pelo uso indiscriminado deles. Há pouquíssimos antibióticos pra elas, os que têm não são realmente eficazes e o organismo que precisa trabalhar pra combater e estabilizar.

Após a alta da UTI, Rita retorna para o Hospital São Donato, agora a família respira mais aliviada, estava próxima de casa em reabilitação. Após 52 dias em hospitais Rita voltou para casa. Segundo ela, a recuperação é um recomeço. “Você tem que aprender a falar, comer, andar novamente. Você precisa despir-se do orgulho e ser humilde porque são os outros que por um tempo irão fazer tudo pra você. Tens tontura, arritmia cardíaca, dores nas articulações, enjoa da comida e fica muito fraca. A reabilitação é lenta, mas todo dia penso que preciso ser cada dia mais forte e agradecer sempre a Deus e a ciência. Fisioterapia, cardiologista pneumologista, psicólogo, psiquiatra e nefrologista quem sobreviveu a Covid precisa passar por esses especialistas.”

Para a sobrinha Isadora Brígido, nesse meio tempo a família teve que se reestruturar de forma torta pra se ajudar. “Precisávamos nos firmar em uma crença de cura pra não nos deixarmos abater, essa foi a parte mais difícil. É difícil lidar com as dúvidas das nossas mentes e corações. A nossa família é pequena, qualquer fratura em um elo tem um impacto gigante, naquele momento nós tivemos que ter muito sangue frio pra lidar, muita calma que nem sempre foi possível manter. A estrada da Rita segue, com esse acontecimento pelo meio, o mesmo acontecimento que atravessou todos nós da família, e nossa única súplica era que a estrada dela pudesse se estender mais um pouquinho, pra continuar junto com a nossa. Mais tempo. E assim foi.”

No próximo dia 12 de julho, Rita completa dois meses pós-covid. É uma grande alegria poder acompanhar esse processo. Em meio á tantas notícias difíceis, ter boas notícias é algo que alegra nossos corações. O sentimento que temos a respeito da luta de Rita contra a covid-19 é de gratidão. Infelizmente muitos não tiveram outra chance. E que a cada dia sua saúde seja restabelecida. Já temos vacinas disponíveis. Vacine-se! Vacinas salvam vidas.