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Cotidiano | 13/03/2022 | 10:51

Simone Cândido: uma crônica em homenagem aos avós

Retribua o amor sempre que possível!

Simone Luiz Cândido

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Em uma cidade próxima de nós, vivia um casal. Ele se chamava Juliano e ela, Márcia. Ambos ainda muito jovens. Recém-casados. Ela era professora e ele trabalhava num escritório como contador.

Os anos foram passando e o casal sentiu o desejo de ter filhos. Primeiro vieram os gêmeos João e Jean. Após quatro anos chegou a caçula chamada Juliana. Nessa altura dos acontecimentos o casal contava com a ajuda de seus pais formando assim uma linda rede de apoio. A mãe de Márcia cuidou dos gêmeos e também da caçula. O fazia com muita alegria.

As crianças tinham muito carinho pela avó materna e o avô, pois a maioria das vezes ficam na sua casa. Em alguns finais de semana quando o casal precisava sair deixavam as crianças com os avós paternos assim não iriam sobrecarregar os avós maternos. As crianças cresceram cercadas de muito amor de ambas as partes por seus avós que a cada dia sentiam ainda mais amor por eles.

Seus pais aos poucos foram deixados de lado, as visitas foram diminuindo, as mensagens via redes sociais que antes eram frequentes foram ficando cada dia mais escassas. Os três netos já não iam visitar seus avós, agora tinham outro círculo de amizades, seus avós que tanto cuidaram deles foram perdendo sua importância.

Um certo dia a avó materna liga para filha reclamando da ausência. Márcia tentou justificar sua vida apressada. A mãe chorou ao desligar o telefone, havia educado Márcia sempre convivendo com pessoas idosas e agora a filha não tinha mais tempo pra visitar ela e o pai.

Juliano por sua vez era ainda mais omisso em visitar os pais, nem ligar ou mandar mensagem mandava. Dia das mães ou dia dos pais mandava entregar um presente na casa dos pais. A tristeza foi tomando conta de sua mãe que já era idosa com seus quase oitenta anos. Até que um dia foi para o hospital às pressas sofreu um infarto fulminante.

Juliano ficou desesperado com a partida da mãe. Chorou copiosamente, cobrou de si por não ter ido visitar sua mãe mais vezes. Agora sentia falta de ouvir sua voz, de ouvir as mesmas histórias contadas por ela várias vezes. Tudo isso tinha ido embora naquele dia. Sua amada mãe que tanto amor lhe dispendeu agora estava em outra dimensão. Longe dos olhos, tinha o coração ferido por não ido mais vezes lhe fazer visitas.

Márcia e Juliano conversaram muito, ficaram muito arrependidos de não terem ido mais vezes visitar os pais de Juliano. Mudaram de atitude começaram a visitar seu pai e também os pais de Márcia. Os convidavam para almoçar na casa deles nos finais de semana, a harmonia havia voltado, eles encontraram tempo novamente para os visitarem. Os avós ficaram felizes em poder estar com os filhos e também os netos. Todos aprenderam a lição depois da partida da avó paterna.

Uma grande mulher chamada Fátima Lacerda me ensinou desde criança que: "Tempo não se tem, se tira, para visitar as pessoas". Em 2001 ela partiu para eternidade e graças ao ensinamento dela nós, seus filhos, pudemos estar muitas vezes junto dela. Hoje sinto falta de ouvir sua voz de lhe dar calorosos abraços. Mas tenho certeza de que estive com ela todas as vezes possíveis. Não percam tempo! Mandem mensagens, visitem seus pais para que amanhã não seja tarde demais.