logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar

Cotidiano | 23/03/2024 | 21:48

Simone Cândido: Vamos ser rede de apoio?

Uma resenha da música Camila, da banda Nenhum de Nós

Simone Cândido

Compartilhar:

Ouvi muito essa música que foi lançada em 1987. Na época eu tinha apenas 13 anos. Com toda certeza, cantei muitas vezes sem saber o real significado. Camila era apenas uma jovem de 17 anos, com medo, mal conseguia passar as noites tranquilas.

Vivia sob pressão dos olhos que passavam o dia a lhe vigiar, de maneira insana. As marcas que carregava consigo lhe causavam vergonha. No coração, ela pedia que esse homem que a maltratava fosse embora, ela chorava, não tinha saída para situação.

E por não ter saída, ela simplesmente baixava sua cabeça pra tudo que lhe acontecia. A música relata que o ódio cega e não se percebe. Muitas vezes, o que alguns acham ser amor, na verdade é ódio e posse.

Eu paro e me pergunto quantas Camilas existem perto de nós? Sem rede de apoio, com medo de contar para alguém o que está acontecendo? Mulheres que sofrem violência doméstica e não tem com quem contar.

Mulheres com marcas no corpo ou no seu íntimo. Até quando vamos ter essas situações perto de nós? Muitas por suas crenças, não saem da situação acreditando que, com fé, isso muda. Infelizmente não muda. Mudar requer livre arbítrio, não se trata de fé.

Precisamos urgentemente ensinar nossas meninas que, ao primeiro sinal de violência, saiam desse relacionamento, não aceitem nada que fira a si mesma. Elas precisam ser independentes. O plano A é amar-se , cuidarcuidar-se, conquistar sua independência.

Há! Mais não tenho como estudar muito. Faça o possível, o que estiver ao seu alcance: um curso de manicure, de costura, culinária. Seja o que for, mas seja independente. Aí sim, tendo essa consciência, pode ter o plano B, se relacionar com alguém desde que seja respeitada e tenha voz e vez.

Queremos essas mudanças, mas se isso não acontecer, precisamos deixar que elas saibam que, se algo der errado, seremos sua rede de apoio, que devem nos contar sobre tudo, podem confiar em nós mesmo que estejam ameaçadas.

Seguimos nessa rede de apoio do bem, mudando o futuro de nossas meninas, lutando por dias melhores.