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Cotidiano | 05/07/2022 | 09:13

Taise Domiciano: Conheça maneiras não convencionais de pensar

O pensamento lateral é tão importante para o processo criativo

Taise Domiciano

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Quantas vezes estamos de frente com um desafio e não conseguimos pensar em nada diferente? Só ideias óbvias flutuam em nossa mente. A gente tenta buscar outras inspirações, pensa, pensa, pensa e nada. Tudo continua igual. Segundo Steven Kotler “cedo ou tarde, há sempre um tubarão: um obstáculo mental que não podemos resolver, uma decisão muito perigosa para atacar de frente.”

Por isso, eu vim te apresentar o pensamento lateral, que é a capacidade de criar múltiplas formas de abordar problemas e lidar com diferentes situações de negócios. Esse termo foi criado em 1973 pelo psicólogo maltês Edward de Bono. Segundo ele “tentativas típicas de resolução de problemas envolvem uma abordagem linear. Respostas criativas podem vir de dar um passo de lado, para reexaminar uma situação ou problema de um ponto de vista totalmente diferente e mais criativo.”

O pensamento lateral trás uma nova perspectiva, uma nova forma de pensar, diferente daquela convencional. Esse pensamento pode ser alcançado com algumas provocações, que eu vou te apresentar agora.

Primeiro vamos pensar em um desafio, que neste caso será “como perder peso”, você pode pegar uma palavra aleatória no dicionário ou escolher um objeto. Para este exemplo, escolhemos a cadeira. Podemos pensar em como podemos usar a cadeira para perder peso?

Vamos pensar então em algumas possibilidades:
• Fazer corridas ao redor da cadeira;
• Levantar a cadeira para fazer musculação;
• Fazer a brincadeira da dança da cadeira com mais pessoas;
• Fazer algum jogo usando a cadeira;

O fato de pegar algum objeto ou palavra aleatória faz a gente pensar de forma diferente. Se você estivesse tentando resolver esse problema, sem usar o pensamento lateral, provavelmente não teria tido essas ideias.

Outra forma de usar o pensamento lateral é pensar “e se fosse outra pessoa?”. Vamos para o exemplo. Vamos pegar um desafio aqui: “Aumentar o número de doações de sangue”. Vamos pensar então: e se fosse a sua mãe, tentando resolver esse desafio? Provavelmente a minha mãe, daria um sermão falando do porquê devemos doar sangue, ou até usaria um pouco de drama para sensibilizar.

Assim, poderíamos pensar em alternativas como:
• Fazer algum material falando da importância de doar sangue;
• Fazer vídeos com pessoas que tiveram suas vidas salvas por conta da doação de sangue;
• Fazer encontros entre pessoas que receberam sangue e pessoas que doam sangue;

Além de pensar como sua mãe, você pode também usar outras pessoas, como por exemplo: E se fosse o Silvio Santos, como ele resolveria esse problema? E se fosse o Bill Gates? E a Xuxa? E a Ivete Sangalo?

Por vezes, o bloqueio criativo se dá pelo fato de estarmos o tempo todo julgando nossas próprias ideias, quando eu te provoco a pensar como outra pessoa, esse medo do julgamento é minimizado e você acaba se soltando mais e dando ideias diferentes, afinal de contas, não é você, é como a outra pessoa está pensando.

Se eu pedisse para você pensar em como a Ivete Sangalo resolveria esse desafio, você poderia pensar talvez, em um show, em que as pessoas fariam a doação de sangue e ganhariam o ingresso para assistir ao show. Ou colocar uma bandinha tocando no posto de coleta e fazer uma divulgação disso.

Eu garanto que boa parte dessas ideias não surgiriam de forma natural e espontânea, sem essas provocações. Por isso, o pensamento lateral é tão importante para o processo criativo, ele faz você pensar sobre novas perspectivas e passar as barreiras da linearidade, alcançando novas possibilidades.