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Cotidiano | 13/09/2012 | 08:43

Tradições gaúchas são evidenciadas

Especial de Samira Pereira, do Jornal da Manhã

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“Ouve o canto gauchesco e brasileiro, desta terra que eu amei desde guri. Flor de tuna camoatim de mel campeiro, pedra moura das quebradas do Inhuanduí...” É praticamente impossível encontrar alguém que não tenha ouvido essa música e arriscado alguns passinhos. Assim como a “Canto Alegretense”, inúmeras outras canções fazem parte da vida, da rotina e de momentos especiais de uma infinidade de pessoas. Isso porque a cultura e as tradições gaúchas, fielmente mantidas e preservadas pelo seu povo, ultrapassaram as divisas do estado e hoje encantam não só o país, mas o mundo todo.

Com muito orgulho, os adeptos fazem desta, uma filosofia de vida, tornando o sentimento campesino algo extremamente importante para suas vidas. E para celebrar as tradições do povo rio-grandense, inicia nesta quinta-feira, dia 13, mais uma Semana Farroupilha, representando a comemoração dos feitos políticos e sociais dos ancestrais gaúchos, que lutavam conta a discriminação do governo imperial com o Sul. Conforme Jamir da Silva Soares, natural de Santo Ângelo (RS) e que mora em Criciúma desde 1986, a data marca um importante momento histórico.

“O estado vizinho para completamente nesta semana a fim de reverenciar as conquistas do povo. Esta é considerada a data mais importante de todo o ano, pois o sentimento de independência continua firme. O nosso povo é igual a todos os outros, é igual aos italianos, japoneses, russos, judeus. Cada um tem suas peculiaridades e tradições”, ressalta Jamir.
Depois do Rio Grande do Sul, Santa Catarina é o que mais possui adeptos à tradição gauchesca em todo o Brasil.

Até poucos anos atrás, existiam mais Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) aqui do que no estado vizinho. “Hoje, a Semana Farroupilha é comemorada em todo o mundo. Existem CTGs na Rússia, Estados Unidos, Japão e vários outros países. Imagina um americano sair na rua de bombacha e lenço! A nossa cultura é muito forte, ultrapassa fronteiras”, fala. “Além disso, é ela tornou-se uma indústria maravilhosa, porque as pessoas podem ir atrás do lenço vermelho, do chape preto, da bombacha. É difícil não se encantar com a nossa tradição”, coloca Jamir.


Hoje, os CTGs somam aproximadamente 2,6 mil unidades no Brasil, mais 12 no exterior. Em todos eles são divulgadas as tradições e o folclore gauchesco. A Semana Farroupilha começa no dia 13 de setembro e termina no dia 20, justamente na data em que os gaúchos declararam guerra contra o Império, no ano de 1835. A época e o fato ficaram registrados na história como o início da Revolução Farroupilha, que durou 10 anos, durante o tempo em que foi proclamada a República Rio-Grandense.

Conforme Rafael Bicca, que veio de Porto Alegre para Criciúma há oito anos, essa foi a mais longa revolução da América Latina. “O povo não queria declarar guerra contra o Brasil, só queria a independência financeira. Então, o movimento iniciou em protesto aos altos impostos cobrados no charque, no sal e em outros produtos, que eram os principais daquele tempo”, explica Rafael.

A revolta terminou em 1945 com um tratado de paz estabelecido entre os revolucionários e Duque de Caixas. De acordo com historiadores, o protesto teve alguns fracassos, motivados pela não aceitação da maioria da população, já que Porto Alegre, na época, já era uma cidade comercial, e poucas pessoas apoiavam a guerra. “Parte das promessas feitas não foram cumpridas. Dizem até que Bento Gonçalves morreu de depressão”, revela Rafael.


De onde surgiu o termo “gaúcho”?

O gauchismo é considerado, pelos adeptos, uma espécie de etnia. Inclusive, a maior da América Latina, já que está espalhada não só no Brasil, mas em diversos países, como Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Chile, etc. Em todos eles, as tradições se assemelham tanto na música, dança e costumes, até no sentimento campesino de contato com a natureza. A origem da palavra “gaúcho” é francesa e difundida por toda a América. Assim, há gaúchos não só no Rio Grande do Sul, mas nos demais países também.

“Lá na França haviam os Gouche, considerados contestadores, à esquerda dos republicanos. Eram aqueles que não se conformavam com o direcionamento dos burgueses. Então, na época do império brasileiro, um mensageiro governista que estava no Sul foi até o Rio de Janeiro levar a notícia da revolta que aqui vinha se formando. Como o Brasil, na época, tinha um grande vínculo cultural com a França, um dos assessores de Dom Pedro falou: ‘Olha os Gouche do Sul iniciando o protesto’”, explica Jamir. A expressão, dessa forma, se difundiu entre os rio-grandenses e em outros países que seguiam o mesmo pensamento. Hoje, ser chamado de gaúcho é motivo de orgulho para os adeptos.

A fim de preservar as tradições do povo rio-grandense, há dois anos Luiz Henrique Pires Damalski, natural de São Luiz Gonzaga, abriu em Criciúma o Recanto do Gaúcho. Hoje, o local é referência tanto para eventos tradicionalistas quanto para festas em geral. “Já comemoramos a Semana Farroupilha em Criciúma há mais de 20 anos, e agora vamos fazer aqui, para integrar todos os adeptos da cultura gaúcha”, fala.

Para celebrar a data, no dia 20, quinta-feira que vem, haverá um jantar especial no Recanto. No sábado seguinte, a festa inicia às 10 horas, na praça Nereu Ramos, com a mateada. Ao meio-dia haverá churrasco no Recanto e depois das 17 horas começam as apresentações e secagem de erva-mate. À noite, o baile tradicionalista anima o Lanterna Clube. No domingo, para finalizar os festejos, haverá um Grenal de bombacha, no campo do Recanto, com jogadores com camisetas do Internacional e do Grêmio. Ao meio-dia, almoço coletivo. “Cada pessoa leva um pedaço de carne para o churrasco, um ‘revirado’, para fazer uma grande comemoração e celebrar a data especial. Vai ser o dia todo de festa, estão todos convidados”, enaltece Luiz Henrique.


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