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Cotidiano | 28/12/2012 | 08:09

Uma vida que contradiz a ciência

Especial de Samira Pereira, do Jornal da Manhã

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Aos sentir as primeiras contrações, Josiela Pereira correu para o hospital para ter o pequeno Yan. Lá, os médicos afirmaram que aquilo não passava de “manha de mãe de primeira viagem” e a mandaram de volta para casa. Foram cinco idas e vindas à instituição, até que, finalmente, o bebê nasceu. “Ele estava roxo, não chorou, e o cordão umbilical enrolou de cinco a seis vezes no pescoço. Dei à luz no início da tarde e só pude ver meu filho às 21 horas”, comenta a mãe.

Ela não sabia que Yan já havia passado da hora de vir ao mundo e, por isso, sofreu paralisia cerebral. “Os médicos não davam expectativa de vida alguma para ele. Diziam que ia vegetar, não ia falar, enxergar, comer ou andar. Mas eu não acreditei. Minha fé em Deus era maior que tudo”, garante a mãe. E ela tinha razão.

Após vários tratamentos e consultas a especialistas, o garoto, que hoje está prestes a completar nove anos, é considerado uma dádiva. Por isso, ele se tornou objeto de estudo da medicina. “Os médicos davam poucos minutos de vida para ele. Eu mesma já havia preparado o velório do meu filho três vezes. Mas aí ele começou a se recuperar, e os próprios especialistas ficaram surpresos”, fala.

A medicação foi reduzida de um ano para cá e, neste mês, Yan deixou de ingerir o anticonvulsivo, que era tomado desde 2005, quando tinha cerca de 180 espasmos e 30 crises por dia. “Isso é uma grande vitória. Na época, tive de assinar um termo de compromisso, porque o efeito colateral seria a cegueira. Mas hoje ele enxerga melhor que eu”, fala Josiela, entusiasmada.

Além disso, o garoto começa a associar as coisas e a querer responder, inclusive ao telefone. “O avô liga e ele tenta falar. Também deu para ficar bravo por não querer ir dormir cedo. E aí eu percebo que ele não é um boneco de pano, um fantoche que faz tudo o que queremos. Ele mostra que tem vontade própria, que sabe o que quer”, informa.

Por esses e outros avanços, no dia 7 de janeiro do ano que vem Yan vai fazer um exame em uma máquina francesa que mede a inteligência em camadas. Ele é a única criança do Brasil a fazer este exame para pesquisa de paralisia cerebral. “Isso vai ser feito em Porto Alegre, com o melhor neurocientista de células-tronco do país, o doutor Jaderson de Costa. O meu filho vai levar anestesia geral, e o exame agirá diretamente na massa branca do cérebro, medindo a sua inteligência. Conforme os resultados, as pesquisas em cima dele prosseguirão”, discorre.

O menino está voltando a se alimentar via oral e passou o inverno todo sem ter gripe, o que mostra que sua imunidade é bastante alta. Tem peso e altura de uma criança normal, assim como os dentinhos cresceram saudavelmente. Os médicos não conseguem entender a associação que ele faz entre imagens e cores, já que um dos lados do cérebro não funciona. A única explicação possível é que um lado esteja suprindo as necessidades do outro.

Também não apresenta atrofia muscular, nem encurtamento de tendão, coisas comuns a quem sofre com paralisia cerebral. “Eu acredito muito na tecnologia e na força interna dele. Mas a minha fé caminha junto com a medicina, e tenho certeza de que uma não é nada sem a outra. Jesus curou um paralítico há centenas de anos, e sei que ele pode fazer o mesmo pelo meu filho. Ele vai curar o Yan, não tenho dúvidas”, relata Josiela.

Desde que foi descoberta a paralisia em Yan, quando ele tinha cerca de quatro meses, a mãe começou a procurar especialistas e fazer o que estava ao seu alcance para proporcionar uma qualidade de vida ainda maior ao pequeno. “Trabalhamos para ele, investimos tudo na saúde dele. É caro, sabe? Mas compensa. Só o leite que ele toma é R$ 40 a lata, e são consumidas duas por dia. É muito difícil, mas o resultado anima. Hoje, ele vai para a escola, interage no telefone, se diverte, brinca com a irmãzinha”, fala a mãe.

O próximo passo que deve ser dado, de acordo com as expectativas médicas, é de que o pequeno deixe de usar sonda. Até o fim do ano que vem ele deve falar as primeiras palavras e formar algumas frases. “Foi a primeira vez que eu ouvi um médico falar ‘mãe, agora vai, vejo possibilidades de cura’. E ninguém pode imaginar a alegria que isso causa. Deus está conosco e pode promover milagres grandiosos, assim como vem fazendo desde que o meu menino nasceu”, desabafa.


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