logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar

Economia | 22/08/2012 | 07:38

Agricultores à espera da chuva

Especial do Jornal da Manhã

Compartilhar:

“Desde sempre”, assim Írio Valvassori define sua atuação na agricultura. Em meio a boas safras e prejuízos, ele considera o aprimoramento constante como principal ferramenta de trabalho. “Como agricultor, tem que cair e levantar. Já que estamos na luta, não dá para correr. Estou sempre me atualizando”. A premissa dá forças para a nova safra do milho, que já registra entraves em decorrência da falta de chuva. “O milho está começando a germinar, mas está devagar. Ano passado, nesta época, o cultivo estava bem mais desenvolvido”, relata.

O agricultor pontua que na atividade, um macete contribui para enfrentar as circunstâncias de seca. “Na falta de chuva, se planta mais cedo, o agricultor tem 80% da produção garantida”, afirma. O cenário, no entanto, tende a mudar ainda nesta semana, com a chegada de uma frente fria. Conforme o climatologista da Estação Experimental da Epagri de Urussanga, Márcio Sônego, as previsões indicam ocorrência de chuva no sábado, dia 25, até segunda-feira, dia 27. “Se chover o que está previsto, deve ajudar os agricultores que estão iniciando o plantio, e não é benéfico para eles que chova muito agora”, salienta.

Ele pontua que o período de primavera é historicamente chuvoso, mas iniciou fora da normalidade com a predominância do calor. Sônego exemplifica que a temperatura média para agosto é de 19°C, mas o registrado foi de 16°C. “Na primeira quinzena de setembro deve voltar a chover normalmente”, ressalta.

Lenir Rosso também está entre os agricultores que iniciam o plantio. Cultivando cinco hectares de maracujá, ela almeja a chegada da chuva, mas moderadamente. “No ano passado choveu de mais e teve granizo. Perdi aproximadamente 50% da produção. Agora o solo está muito seco”, comenta. Ela acrescenta que a condição atual interfere principalmente no cultivo de novas mudas. “Vamos plantar mais três mil pés, mas precisamos que chova”.

A agricultora também trabalha na colheita final da mandioca, safra que sobressaiu a anterior. “Ano passado choveu de mais, e a mandioca acabou apodrecendo. Terminando de colher, já começaremos a plantar de novo”, conta. Trabalhando em 18 propriedades, Valvassori considera que além das condições climáticas, os agricultores enfrentam a instabilidade dos produtos utilizados no campo. Conforme ele, somente neste ano o adubo foi reajustado em cerca de 20%.

Para melhor enfrentar as demandas do tempo, ele decidiu investir em sementes transgênicas de milho, apesar do maior valor agregado. “Gastei R$ 42 mil em sementes. A transgênica suporta até 15 dias de frio na terra, enquanto que uma semente normal apodreceria”, compara. O agricultor explica que a semente tradicional é despejada no contorno da área de cultivo, enquanto a transgênica é semeada ao centro. “É para impedir que as lagartas cheguem ao centro”, complementa.

Com o produto inicial diferenciado, ele espera render até 160 sacas por hectare. “Geralmente colhemos de 120 a 140”, diz. O agricultor já prepara o cultivo do feijão, após a colheita do milho em fevereiro. “Após a limpeza, a semente do feijão vai para os tanques e fica descansando por cinco meses”, descreve.


Outros destaques da edição 8575 do Jornal da Manhã:

» ESPORTE: Tigre derrota Avaí em jogo de grandes emoções

» SEGURANÇA: Investigação do MP sobre improbidade na delegacia de Forquilhinha próximo do fim