Economia | 23/08/2012 | 15:58
Alta no preço do milho encarece frango
Especial de Pedro Peduzzi, da Agência Brasil
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Apesar da safra recorde de milho e dos estoques privados dessa commodity estarem lotados, pequenos avicultores têm encontrado dificuldades para obter esse que é o principal alimento oferecido aos frangos produzidos no país. Com isso, o custo de produção do animal já aumentou 25%. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem estimulado a oferta de milho nas regiões mais necessitadas. A medida, no entanto, é insuficiente para dar conta da demanda do setor.
Segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), são necessários 3 milhões de toneladas de milho por mês. O estoque atual da Conab é 1,2 milhão de toneladas. Parte da dificuldade de acesso se deve à alta do preço internacional do produto em decorrência da seca nos Estados Unidos. “Além de ter reduzido a produção deles, a seca prejudicou também o escoamento, já que afetou as hidrovias norte-americanas por onde o milho é transportado”, explica à Agência Brasil o superintendente de Gestão de Oferta da Conab, Carlos Eduardo Tavares.
“Mas acredito que este é apenas um problema momentâneo, já que a safra deles, a maior do mundo, é cinco vezes maior que a brasileira. Mesmo com a quebra, os EUA continuam produzindo mais que o Brasil. Enquanto o problema da seca nos rios não for superado, eles compram do Brasil. A partir do momento em que os rios voltarem a permitir o escoamento do produto, a tendência será de maior tranquilidade para comercializarmos internamente o nosso milho, sem tanta influência do ambiente externo”, ainda avalia.
Enquanto isso não acontece, a Conab está atuando em duas frentes visando ao suprimento de milho nas áreas mais afetadas pela seca no Brasil - uma no Nordeste, outra na Região Sul. “O Nordeste desenvolveu uma avicultura forte e depende do milho para alimentar suas aves. Estamos liberando estoques de Mato Grosso para suprir esse déficit. Serão remetidas mais de 400 mil toneladas de milho para o norte da região. Fizemos subvenções para a iniciativa privada interessada em transportar o milho até lá. Na área central do Nordeste, a remoção terá origem nos estoques de Mato Grosso e Goiás”, completa.