Andreia Limas: Como foi o ano para a economia de Içara?

Certo que ainda temos 10 dias para o encerramento do ano, mas vou usar a penúltima coluna de 2022 para falar sobre o comportamento da economia içarense ao longo do ano, com base em números de outubro e novembro de importantes indicadores econômicos.

Começo por aquele que, na minha avaliação, é o mais expressivo: a balança comercial, que se mantém superavitária em uma região e num estado historicamente deficitários.

Até novembro, as exportações chegaram a US$ 63,56 milhões, superando os US$ 63,47 milhões negociados por empresas içarenses entre janeiro e dezembro do ano passado, o equivalente a 0,14% de aumento nesse comparativo. E vale lembrar que, até então, 2021 havia sido o ano de maior volume exportado por Içara na série histórica iniciada em 1997.

Recordes

O desempenho representa a quebra de mais um recorde no ano. Em setembro, o município alcançou o maior volume exportado da série histórica para um mês, com US$ 7,64 milhões negociados, superando a marca anterior, de US$ 7,03 milhões, registrada em maio.

A corrente de comércio tem sido favorável também às importações. Em 11 meses, o volume negociado foi de US$ 26 milhões, contra US$ 17,9 milhões acumulados durante todo o ano passado, alta de 45,05% nessa comparação. Com isso, a balança comercial registra superávit de US$ 37,54 milhões, 10,02% abaixo do saldo apurado entre janeiro e novembro de 2021.

Abertura de empresas

Também com dados atualizados até novembro, o Mapa de Empresas mostra que 1.260 CNPJs foram criados em Içara no acumulado do ano. No período, o município registrou o fechamento de 479 empresas, ou seja, o saldo segue positivo, com o acréscimo de 781 empreendimentos à economia do município nos 11 meses.

Disponibilizado pelo Governo Federal com informações do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, o mapa aponta 6.991 empresas içarenses em atividade, das quais, 3.604 são microempreendedores individuais, o equivalente a 51,55% do total. A segunda maior representatividade, 36,88%, vem das 2.578 microempresas. São ainda 348 empresas de pequeno porte (4,98%) em funcionamento na cidade e 461 médias e grandes empresas (6,59%).

Empregos

Os dados de novembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) devem ser anunciados pelo Ministério do Trabalho e Previdência apenas na próxima semana, de acordo com o calendário de divulgação.

Até outubro, Içara acumulava 909 novos empregos formais, elevando o número de vagas ocupadas para 20.654. A geração de empregos no município nesse período foi puxada pelos serviços, que acrescentaram 486 postos de trabalho com carteira assinada. A seguir vêm a construção, com 151; o comércio, com 136; a indústria, com 132; e a agropecuária, com quatro.

O desempenho é o segundo melhor da Região Carbonífera em 2022. Fica atrás apenas de Criciúma, onde houve o acréscimo de 4.220 postos de trabalho com carteira assinada desde janeiro. No total, a região acumula 7.966 nova vagas, com estoque de 148.999 empregos formais.

Indústria

Voltando aos setores econômicos, o IBGE divulgou este mês o desempenho da indústria, do comércio e do setor de serviços em outubro. No país, a produção industrial teve variação positiva de 0,3%, na passagem de setembro para outubro, acumulando queda de 0,8% no ano.

Em Santa Catarina, a produção industrial registrou em outubro a terceira queda consecutiva, com recuo de 1,8% ante setembro. No acumulado entre janeiro e outubro, a queda foi de 3,9%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Serviços

Já o volume de serviços caiu 0,6% na passagem de setembro para outubro no país, interrompendo uma sequência de cinco resultados positivos. O acumulado de janeiro a outubro chegou a 8,7%. Mesmo com a queda de 2,5% em outubro, Santa Catarina acumula alta de 5,5% entre janeiro e outubro, em comparação ao mesmo período de 2021.

Comércio

O volume de vendas do comércio varejista no país variou 0,4% na passagem de setembro para outubro. No ano, o setor acumulou aumento de 1,0%. No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em outubro variou 0,5% frente a setembro, chegando a -0,5% no acumulado do ano, em comparação ao mesmo período de 2021.

No Estado, o comércio varejista recuou 0,9% em outubro, frente a setembro. No ano, acumula alta de 0,6%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Já o comércio varejista ampliado teve aumento de 0,4% em outubro, alcançando crescimento de 2,9% no acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2021.