Lucas Lemos [Canal Içara]
Economia | 13/04/2022 | 09:01
Andreia Limas: Como será a Páscoa pós-pandemia?
Com o fim das restrições, expectativa é pela volta das comemorações, movimentando comércio e serviços
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Embora as vendas de material escolar e o Liquida Içara tenham movimentado o comércio em fevereiro, a Páscoa é a primeira grande data comemorativa do ano, o que sempre gera muitas expectativas no segmento e também no setor de serviços. Mas o que esperar da Páscoa pós-pandemia?
Depois de dois anos de frustração devido à crise de saúde pública, com o fim das restrições a projeção é pela volta das comemorações e troca de presentes, impactando positivamente o varejo e os restaurantes, por exemplo. Vale lembrar que, em 2020, o comércio em geral nem pôde abrir e em 2021 vivia a ameaça de um novo fechamento, diante do aumento no número de casos de covid-19, situação superada com o avanço da vacinação.
Otimismo
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Içara, Paulo Roberto Brígido, não esconde o otimismo. “Tenho certeza que teremos uma Páscoa muito melhor que no ano passado”, aposta. A CDL também fez o dever de casa, promovendo o Sábado Total em dose dupla, com o expediente ampliado até às 17 horas nos dias 9 e 16 de abril, e o sorteio de seis cestas de chocolates entre os clientes que comprarem nas lojas associadas.
O otimismo é compartilhado pelo comércio catarinense. Levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) aponta que 63,1% dos empresários entrevistados acreditam que as vendas para a data em 2022 serão superiores às registradas no mesmo período do ano passado. Outros 26,1% avaliam que deve ser igual.
Mesmo com essa perspectiva, 44,1% avaliam que o crescimento do volume de vendas será de até 3%, descontada a inflação do período. Também foi identificado que o tíquete médio esperado fica em torno de R$ 127.
Pesquisa
Já a pesquisa de intenção de compras realizada pela Fecomércio SC mostra que os consumidores pretendem desembolsar, em média, R$ 174,39 para a data – alta de 35,8% em relação a 2021. Apesar do avanço, o valor em termos reais ainda está abaixo do nível pré-pandemia.
Os dados ainda demonstram que os ovos industrializados estão perdendo espaço nas gôndolas de supermercados e lojas especializadas. Enquanto a busca por outros tipos de chocolates, como barras e caixas de bombons, vem crescendo nos últimos anos e chegaram a 38,4% em 2022, os ovos apresentam tendência de queda e respondem por 29% este ano. A demanda por produtos artesanais também caiu de 37,3% para 26,0%.
E aqui nem precisa ser um expert em economia para entender o que está acontecendo: faz tempo que os preços dos ovos industrializados desestimulam o consumo. Basta fazer uma simples comparação com outros produtos de chocolate para perceber a supervalorização desses itens.
Alternativas
Essa disparidade levou o consumidor a buscar alternativas, como barras e caixas de bombons, mas também a investir no chamado presente útil, como roupas e calçados. Conforme a pesquisa da Fecomércio, embora o chocolate seja praticamente unânime entre os entrevistados (80,90%) na hora de escolher o presente, brinquedos (7,4%) e vestuário/calçados (6,2%) também entram na lista.
Procon
Em Içara, o Procon realizou uma pesquisa de preços de 38 itens de chocolate em sete supermercados do município. O levantamento apurou variação de até 66% entre o menor e o maior preço praticado para o mesmo produto.
Em paralelo, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor também pesquisou preços de outros 37 itens, incluindo cervejas, refrigerantes e carnes, produtos que devem integrar as comemorações de Páscoa em família.
Nessa pesquisa, a diferença entre o menor e maior preço de uma mesma cerveja em lata chegou a 44%; do refrigerante de dois litros ficou em 51% e no quilo da carne bovina alcançou 72%.
Combustíveis
O Procon de Içara também acompanha de perto a variação nos preços dos combustíveis. Nesta semana, uma nova pesquisa feita em 22 postos do município indica redução do preço médio do etanol em 0,27%, da gasolina aditivada em 0,77%, do diesel comum em 0,90% e do S-10 em 0,51%, na comparação com o levantamento feito na semana passada. A gasolina comum e o GNV mantiveram o valor entre uma semana e outra.
A pesquisa anterior já mostrava redução de 2,34% no preço médio dos combustíveis em comparação a março. No entanto, a queda é insignificante diante da alta acumulada nos últimos meses.
Inflação
Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 1,62%, a maior variação para o mês desde 1994, quando a inflação ficou em 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Real. No ano, o IPCA acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%.
A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 ponto percentual) vieram do grupo Transportes, que acelerou na comparação com o resultado de fevereiro (0,46%). O resultado foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%), em particular, o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 ponto percentual) no índice do mês.
Cabe lembrar que, no dia 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,77%. Além disso, houve altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%).