Andreia Limas: Economia de Içara começa o ano aquecida

Registrada desde meados de 2020, a tendência de alta na economia de Içara se mantém, como mostram os primeiros indicadores econômicos do ano. Referentes a janeiro, os números divulgados pelo Governo Federal apontam crescimento na abertura de empresas e nas exportações.

O quanto isso se refletiu na geração de empregos deve ser conhecido na semana que vem, com a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), prevista para 10 de março.

Balança comercial

O volume negociado ao exterior por empresas içarenses em janeiro passou de US$ 5,74 milhões e foi o maior para o mês na série histórica iniciada em 1997, período em que as informações são disponibilizadas pelo Comex Stat, sistema mantido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

O recorde anterior para o mês de janeiro havia sido estabelecido em 2017, quando foi superior a US$ 4,95 milhões. O resultado de 2022 é 71,35% superior aos US$ 3,35 milhões exportados em janeiro de 2021 e mais que o dobro dos US$ 2,46 milhões comercializados em janeiro de 2019.

Em relação às importações, o volume negociado no mês passou de US$ 2,48 milhões, levando a balança comercial de Içara a um superávit de quase US$ 3,26 milhões, aumento de 22,18% em comparação ao mesmo período de 2021.

CNPJs

O Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJs) indica que o número de aberturas de empresas também vem crescendo a cada ano em Içara. Em janeiro, 130 novos negócios entraram em atividade, contra 96 no mesmo mês de 2020 e 127 em janeiro de 2021.

Com esse crescimento, é possível compensar com sobras o aumento no número de CNPJs encerrados – foram 39 este ano, 31 em janeiro do ano passado e 21 no ano anterior.

Ao todo, o município tem 6.439 empresas ativas, entre microempreendedores individuais (3.152, o equivalente a 48,95%), sociedades limitadas, empresas individuais, empresas individuais de responsabilidade limitada (Eireli) e empresas enquadradas em outras naturezas jurídicas.

Gás natural

Apesar do bom momento, Içara perdeu o papel de protagonista que teria no novo suprimento de gás natural para o Sul do Estado. Inicialmente, o insumo seria transportado no modal rodoviário até o município, onde seria regaseificado e injetado na rede de distribuição da SCGás, com operações previstas a partir de março deste ano.

No entanto, o fornecimento foi postergado e deve ocorrer por meio do terminal de gás natural liquefeito (GNL) que está em construção na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul, com injeção direta no gasoduto Brasil-Bolívia, usado para atender as redes de distribuição da companhia.

Ampliação

Entre os clientes da região, são 16 indústrias e dois postos de gás natural veicular (GNV) atendidos em Içara. Em 2022, a empresa projeta conectar quase 30 novas indústrias no Estado, incluindo empresas de Içara, Cocal do Sul, Gravatal, Nova Veneza e Sangão, na região Sul. Até 2026, o plano é atender cerca de 150 novas indústrias, chegando ao total de 480 indústrias abastecidas em Santa Catarina.

As 333 indústrias catarinenses que utilizavam gás natural em dezembro de 2021 consumiram uma média de 1.835.163 metros cúbicos por dia no ano passado. O valor é 21,32% superior quando comparado ao consumo de 2020 e 14,57% maior na relação com 2019. Ao todo, foram conectadas 25 novas indústrias à rede de gás natural catarinense em 2021, crescimento de 7,91%.

Em alta

Consumidores atendidos pela rede de esgotamento sanitário em Içara devem ter ainda este ano a cobrança pelos serviços de coleta e tratamento do esgoto. Isso significará faturas em dobro, pois a tarifa equivale a 100% do consumo de água.

De acordo com a Casan, ainda não há previsão para o início da cobrança, mas a empresa já se prepara para isso, intensificando o trabalho no sentido de ampliar as conexões à rede e promovendo um curso para instaladores hidráulicos no município, sobre como realizar essas ligações. Essas fases precederam, por exemplo, a cobrança em Criciúma.

Em baixa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já aprovou o ajuste do valor das tarifas aos consumidores do grupo B (principalmente residenciais) de sete distribuidoras de energia, incluindo a Cooperaliança. Para os clientes da cooperativa de Içara, a redução é de 5,40% na tarifa.

A medida atende lei federal que estabelece uma subvenção econômica às concessionárias do serviço público de distribuição de pequeno porte, como compensação por não poder ter tarifas superiores às praticadas por empresas com mercado próprio anual superior a 700 gigawatts-hora localizadas na mesma unidade federativa, como a Celesc, no caso de Santa Catarina.