Lucas Lemos [Canal Içara]
Economia | 29/12/2021 | 08:46
Andreia Limas: Economia de Içara se comportou bem em 2021
Município termina o ano acumulando recordes nas exportações e na abertura de empresas
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Içara chega ao fim do ano comemorando o desempenho na economia. Ao longo de 2021, a cidade continuou a figurar entre as protagonistas da Região Carbonífera, acumulando recordes em indicadores como exportações e abertura de empresas.
Mesmo que o saldo final só seja conhecido nos primeiros meses de 2022, o retrospecto até aqui é bastante positivo, a ponto de elevar o otimismo para o ano que se aproxima. Com o fantasma da pandemia já controlado, a tendência é de um crescimento ainda mais expressivo no ano que iniciará em breve.
Balança comercial
Até novembro, as transações correntes de empresas içarenses com o exterior ultrapassaram os US$ 74 milhões, sendo mais de US$ 57,9 milhões em volume exportado e de US$ 16,2 milhões em importações.
Recordes sucessivos nas exportações ao longo do ano fizeram com que a balança comercial de Içara acumulasse superávit de US$ 41.720.635, representando um aumento de 63,29% em relação ao saldo de US$ 25,5 milhões apurado no mesmo período do ano passado.
Dos 11 meses, em oito o volume exportado superou os US$ 5 milhões. Em novembro, ficou em US$ 5.883.395, o segundo melhor desempenho do ano, atrás apenas dos US$ 6.109.166 comercializados em maio.
Abertura de empresas
O Mapa de Empresas, disponibilizado pelo Governo Federal com informações do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, mostra que Içara alcançou a marca de 1.305 empresas abertas entre janeiro e novembro, o que representa aumento de 25,97% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 1.036 aberturas nos 11 meses.
O número também fica 17,46% acima das 1.111 aberturas acumuladas durante 2020 e é 27,69% superior às 1.022 de 2019, ano pré-pandemia.
Ao todo, a cidade conta com 6.550 negócios em atividade, sendo 5.781 microempresas, 319 empresas de pequeno porte e 450 entre médias e grandes. Em relação à natureza jurídica, são 3.281 microempreendedores individuais (MEIs), 2.059 empresas de sociedade limitada; 622 empresas individuais; 518 empresas individuais de responsabilidade limitada (Eireli); e 70 empresas enquadradas em outras categorias.
Geração de empregos
Um dos impactos positivos do aumento na produção/faturamento e na formalização dos negócios é a criação de novos postos de trabalho. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, Içara chegou em outubro ao décimo mês consecutivo de saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada.
No acumulado do ano, foram adicionados 1.768 novos postos de trabalho formal, a segunda melhor marca da Região Carbonífera, atrás apenas de Criciúma, que abriu 4.714 novas vagas no período. Na soma dos 12 municípios, foram acrescentados 9.308 empregos com registro em carteira nos dez meses.
Arrecadação
O bom momento da economia reflete-se também na arrecadação do município. Os dados do Portal da Transparência mostram que Içara teve uma receita líquida, ou seja, já descontadas as deduções previstas em lei, de R$ 219.429.056,49 até novembro deste ano.
O montante representa um crescimento de 16,76% na comparação com os R$ 187.924.471,17 arrecadados até novembro de 2020. Considerando que a inflação dos últimos 12 meses ficou em 10,74%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o valor arrecadado teve aumento real de 6,02% entre um ano e outro.
Preocupações
É claro que nem tudo navega em águas calmas e alguns fatores podem frear a economia como um todo e acabar impedindo um crescimento ainda maior. Uma das principais preocupações é com a inflação, que deve fechar o ano em torno de 10%, segundo as expectativas do mercado.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que aponta a inflação oficial do país, acumula alta de 9,26% no ano. É mais que o dobro do registrado no ano passado, quando ficou em 4,52%. E ainda falta contabilizar dezembro.
Inflação em alta inibe o crescimento, reduz os investimentos (diante das incertezas do mercado) e diminui o poder de compra das famílias, desestimulando o consumo.