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Economia | 09/03/2022 | 07:31

Andreia Limas: O que nos dizem os números do PIB?

Os R$ 8,7 trilhões em bens e serviços finais produzidos no ano passado significam crescimento de 4,6% em relação a 2020

Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com

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O IBGE divulgou na semana passada o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2021 e os números trazem um alento para a economia brasileira. Primeiro porque os R$ 8,7 trilhões em bens e serviços produzidos significam crescimento de 4,6%, avanço que permitiu recuperar as perdas de 2020, quando a queda chegou a 3,9% devido à pandemia.

Depois, porque demonstram a reação em setores importantes da economia. Representando na soma 90% do PIB no Brasil, os serviços tiveram crescimento de 4,7%, enquanto a indústria avançou 4,5%. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,2% no ano passado.

Mas há que se considerar que, embora esteja 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, o PIB continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

Serviços

Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). A atividade de informação e comunicação também avançou (12,3%), puxada por internet e desenvolvimento de sistemas.

Outras atividades de serviços (7,6%) também tiveram alta no período. Cresceram ainda o comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

Indústria

Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que, após cair 6,3% em 2020, subiu 9,7% em 2021. As indústrias de transformação (4,5%), com maior peso no setor, também cresceram, influenciadas principalmente pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva.

As indústrias extrativas avançaram 3,0% devido à alta na extração de minério de ferro. A única atividade que não cresceu foi eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que teve variação negativa de 0,1%.

Agropecuária

Já a agropecuária, que havia crescido em 2020, recuou 0,2% em 2021, em decorrência da estiagem prolongada e de geadas. Apesar do crescimento anual da produção de soja (11,0%), culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana de açúcar (-10,1%), o milho (-15,0%) e o café (-21,1%). O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite.

Contribuições

Contribuíram para o crescimento do PIB os avanços de 3,6% em relação ao consumo das famílias e de 2,0% do governo. Mas o desempenho poderia ter sido melhor, não fosse a inflação em alta. A taxa de investimento também subiu, de 16,6% para 19,2% em um ano.

Já a balança de bens e serviços registrou alta de 12,4% nas importações e de 5,8% nas exportações, o que puxou o PIB para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia.

Detalhamento

Os dados divulgados pelo IBGE são gerais e ainda não dá para saber a contribuição individual de estados e municípios no PIB. Aliás, esse detalhamento costuma demorar bastante: o mais recente, de novembro do ano passado, traz informações referentes a 2019, quando o cenário econômico ainda não havia sofrido os impactos da pandemia.

Comércio exterior

Voltando ao comércio exterior, a balança comercial brasileira fechou o mês de fevereiro com superávit de US$ 4,05 bilhões, alta de 108,9% sobre o mesmo mês do ano passado. Foi o melhor saldo desde fevereiro de 2017, quando atingiu US$ 4,2 bilhões.

O valor das exportações foi recorde para o mês em fevereiro, com US$ 22,91 bilhões, em alta de 32,6% sobre fevereiro de 2021. O último recorde para esse mês era de 2012, com US$ 17,9 bilhões. As importações também bateram recorde no mês, com US$ 18,9 bilhões, alta de 22,9%, superando o recorde de US$ 18,2 bilhões de fevereiro de 2014.

Içara

Em Içara, os quase US$ 4,9 milhões em volume exportado representaram aumento de 3,09% em relação aos US$ 4,75 milhões obtidos em fevereiro de 2021. O desempenho também significou um novo recorde para o mês na série histórica iniciada em 1997.

Além das exportações em alta, houve redução de 48% no volume importado, passando de US$ 2.187.768 em fevereiro de 2021 para US$ 1.137.629 neste ano. Assim, o saldo da balança comercial aumentou 46,68% na comparação entre um ano e outro: o superávit chegou a US$ 3.761.437 no mês passado, diante de US$ 2.564.457 apurados no mesmo período de 2021.