Lucas Lemos [Canal Içara]
Economia | 24/08/2022 | 08:34
Andreia Limas: O que nos mostram os números do primeiro semestre?
Houve crescimento no setor de serviços e no comércio, enquanto a produção industrial catarinense recuou
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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O IBGE divulgou neste mês os números de junho referentes ao desempenho dos principais setores econômicos, o que nos permite traçar o cenário do primeiro semestre, junto a outros dados divulgados anteriormente.
As pesquisas mensais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que houve crescimento no setor de serviços e no comércio, enquanto a produção industrial catarinense recuou nos primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2021.
Serviços
O volume de serviços em Santa Catarina cresceu 4,3% no primeiro semestre. O resultado é menor do que o conseguido em 2021 – naquele período havia avançado 17,1% por conta da base comprometida pela pandemia –, mas supera o desempenho pré-crise, de 2018 e 2019.
No acumulado de 12 meses o ritmo de crescimento reduziu, ao passar de 10,1% para 8,4%. Apesar disso, o resultado de junho é o maior desde o início da série histórica na comparação com igual período.
No país, o setor de serviços cresceu 0,7% na passagem de maio para junho, segunda alta seguida. No acumulado do primeiro semestre, a alta chegou a 8,8%. Já o acumulado em 12 meses vem apresentando diminuição de ritmo, ao passar de 11,7% em maio para 10,5% em junho.
Comércio
O volume de vendas do comércio varejista de Santa Catarina avançou 1,4% no encerramento do primeiro semestre, apresentando trajetória de crescimento por quatro meses seguidos. Entretanto, em junho houve leve variação negativa de -0,1%. Nos últimos 12 meses, o setor acumula alta de 0,5%.
O movimento de retomada das atividades do varejo restrito elevou o índice para 7% acima do período pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda está abaixo do pico da série (julho de 2021) em 11,5%. Entre dez grupos pesquisados do comércio varejista ampliado, seis tiveram alta no volume de vendas no comparativo anual, enquanto quatro registraram queda.
No país, as vendas no comércio varejista recuaram 1,4% na passagem de maio para junho, a segunda variação negativa consecutiva do setor. Mas no primeiro semestre do ano, há uma alta acumulada de 1,4% frente ao mesmo período de 2021. Nos últimos 12 meses, a perda chega a 0,9%.
Indústria
A produção industrial em Santa Catarina fechou o primeiro semestre com queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses, recuou 3,8%.
Em junho, o Estado foi um dos cinco locais a apresentar alta (0,2%) entre os 15 pesquisados. No mês, o índice nacional recuou 0,4%, após registrar quatro taxas positivas no ano.
Empregos
O desempenho dos setores se reflete na geração de empregos. Em Santa Catarina, os serviços adicionaram 43.395 vagas de trabalho com carteira assinada entre janeiro e junho, mais da metade dos 84.367 postos acrescentados no semestre.
A Região Carbonífera chegou a 5.491 novos empregos formais no período, considerando os 12 municípios. O maior número de novas vagas – 3.366 – também foi gerado pelo setor de serviços, seguido pela indústria, com 1.657; pela construção, com 366, e pelo comércio, com 154. Já a agropecuária perdeu 52 postos formalizados no período.
Em Içara, os serviços responderam pelo incremento de 399 empregos formalizados no primeiro semestre, quatro vezes mais que a construção, que adicionou 91 no período. No comércio, o saldo foi de 28 e, na agropecuária, de quatro. A indústria fechou 92 postos de trabalho nos seis primeiros meses do ano.
Mais indicadores
Também já conhecemos outros indicadores, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que aponta inflação acumulada de 4,77% no primeiro semestre e de 10,07% nos últimos 12 meses. Assim como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com alta acumulada de 4,98% no ano e de 10,12% nos últimos 12 meses.
Ainda falta o PIB do segundo trimestre, que deve ser divulgado no início de setembro. No primeiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,0%, em comparação ao quarto trimestre de 2021, na série com ajuste sazonal, totalizando R$ 2,249 trilhões em valores correntes.
Energia elétrica
A diretoria da Aneel aprovou a revisão tarifária periódica da Cooperaliança com um reajuste bem abaixo do projetado. O efeito médio para os consumidores é de 6,24%, sendo de 7,38% para os residenciais (B1); de 3,46%, em média, para os conectados na alta tensão e de 8,16%, em média, para os conectados na baixa tensão.
Na fase de consulta pública, o reajuste proposto apontava efeito médio de 15,93%. Mas foi reduzido com a aplicação da subvenção prevista na Lei 14.299/2022, que representou o impacto de -9,03%. Pela legislação, as tarifas das distribuidoras de pequeno porte não podem ser mais altas que as praticadas por empresas de grande porte, como a Celesc, no caso de Santa Catarina. As novas tarifas entram em vigor na próxima segunda-feira, dia 29.