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Economia | 30/06/2021 | 09:18

Andreia Limas: Prepare-se para o aumento na conta de energia

Aumento nacional esta previsto pela Aneel nas bandeiras tarifárias

Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com

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Há duas semanas, comentei neste espaço sobre o impacto do custo da energia elétrica na inflação e esse item deve continuar puxando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para cima. O aumento está relacionado à bandeira tarifária, cobrança adicional aplicada às contas de luz realizada quando aumenta o custo de produção de energia. A bandeira passará a vermelha patamar 2 a partir desta quinta-feira, dia 1º, e deve se manter assim pelo menos até novembro.

Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nessa terça-feira (29) o reajuste dessa bandeira, passando de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos – uma alta de 52%, inadmissível mesmo em tempos normais, ainda que no ano passado não tenha havia reajuste dos valores devido à pandemia.

A diretoria da Aneel definiu também novos valores para as outras bandeiras. A amarela será de R$ 1,874 a cada 100 kWh e a vermelha patamar 1, de R$ 3,971 a cada 100 kWh. A bandeira verde não gera cobrança extra. Também por causa da pandemia, a Aneel manteve a bandeira verde de junho a novembro de 2020, quando os custos foram supridos pela Conta Covid, empréstimo ao setor elétrico feito junto a bancos públicos e privados, com o objetivo de aliviar os impactos da crise no setor elétrico.

Custo de geração

Em nota, a agência reguladora explica que o valor deliberado pela Diretoria Colegiada para a bandeira vermelha patamar 2 contempla os custos de geração de energia elétrica decorrentes da estiagem, a pior desde 1931 segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). Com os reservatórios das hidrelétricas em baixa, é preciso acionar aa termelétricas, que têm um custo de geração maior. Segundo a estimativa do Ministério de Minas e Energia, houve aumento R$ 9 bilhões no custo da geração de energia, valor que será repassado para os consumidores.

O que podemos fazer?

Como tanto a definição da bandeira tarifária quanto seu reajuste são definidos pela Aneel, ao consumidor só resta pagar a conta. Mas uma forma de diminuir o valor a pagar é economizar energia, reduzindo o tempo de uso de equipamentos como chuveiro elétrico, secadora de roupas, aquecedor e ferro de passar.

Reflexos

O aumento terá outros reflexos além do peso nas contas de luz. Isso porque a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria, ou seja, a alta impacta nos custos de produção, elevando o preço dos produtos ao consumidor final. E vale lembrar que nem estamos falando ainda da revisão tarifária. Tanto a da Celesc quanto a da Cooperaliança estão previstas para agosto, com o reajuste também definido pela Aneel.

Juros

De acordo com dados do Banco Central, os juros bancários médios com recursos livres (sem contar habitacional, rural e BNDES) de pessoas físicas e empresas, recuaram de 29% ao ano, em abril, para 28,5% em maio, mas ainda estão bem acima dos 4,25% ao ano da taxa Selic.

Nas operações para pessoas físicas, o juro médio passou de 41,1% ao ano, em abril, para 38,9% ao ano em maio; para as empresas, a taxa média reduziu de 14,7% ao ano em abril para 14,6% ao ano em maio.

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa recuou de 124,3% ao ano em abril para 122,1% ao ano em maio. Nas operações com cartão de crédito rotativo de pessoas físicas, uma das linhas de crédito mais caras do mercado, os juros caíram de 336,1% ao ano, em abril, para 329,6% ao ano em maio. Com taxas neste nível, o melhor é ficar bem longe tanto do cheque especial quanto do rotativo do cartão.