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Economia | 22/07/2020 | 10:41

Andréia Limas: sobre a morte dos CNPJs

Ainda não sabemos a extensão dos danos, pois não há um levantamento confiável

Andréia Limas

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Desde o início da pandemia, muito se tem falado sobre fechamentos e falências de empresas, a chamada “morte de CNPJs”, mas até o momento, não existe um índice oficial que aponte quantas desistiram da atividade única e exclusivamente pelos transtornos gerados à economia pelo coronavírus.

Vale lembrar que o Brasil vinha de uma série histórica de mais fechamentos do que aberturas de empresas, antes de qualquer abalo pela crise de Covid-19. Assim, é provável que muitas já estivessem à beira de parar de vez e o agravamento da situação com as restrições foi apenas a gota d’água.

Não estou afirmando que não houve quebradeira nesse momento crítico para a economia do país e sim que ainda não sabemos a extensão dos danos, pois não há um levantamento confiável, mostrando até onde foi causada pela pandemia ou por outras razões.

Saldo positivo

Dados da Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc) mostram um saldo positivo de 41.534 novas empresas no Estado, entre 1º de janeiro e 3 de junho de 2020. O resultado é 9,8% superior ao mesmo período do ano passado, quanto o saldo era de 37.833 (62.090 empresas constituídas e 24.257 baixas).

Maior cidade da Região Carbonífera, Criciúma teve no primeiro semestre aumento no número de empresas instaladas. Entre janeiro e junho de 2019, foram abertas 1.125 empresas e fechadas 37. No mesmo período deste ano, foram 1.390 empresas abertas e 28 fechadas. A procura por terrenos também aumentou e os projetos de expansão foram mantidos, segundo informações repassadas pela administração municipal.

Ressalva

Embora esses números sejam oficiais, há duas questões a se considerar: ainda existem empresas trabalhando na informalidade, ou seja, sem o devido registro junto aos órgãos públicos; e nem todas as empresas requerem a baixa junto ao Estado e ao município quando encerram as atividades, como deveriam.

Pesquisa

Sem os dados oficiais, restam as pesquisas, que como já comentamos neste espaço servem mais como estimativas, não refletindo necessariamente os números reais. Na última semana, foram divulgados os primeiros resultados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que faz parte das Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, de 1,3 milhão de empresas que estavam fechadas (temporária ou definitivamente) na primeira quinzena de junho, 522,7 mil (39,4%) encerraram suas atividades por causa da pandemia, sendo que 518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte (até 49 empregados), 4,1 mil (0,8%) de porte intermediário (de 50 a 499 empregados) e 110 (0%) de grande porte (mais de 500 empregados).

Ainda entre as empresas encerradas por causa da pandemia, 258,5 mil (49,5%) eram do setor de Serviços, 192,0 mil (36,7%) do Comércio, 38,4 mil (7,4%) da Construção e 33,7 mil (6,4%) da Indústria.

Estimativa

Na primeira quinzena de junho, estima-se que o país tinha 4 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo. Entre as que estavam com atividades encerradas definitivamente, independente de motivo, as de menor porte (715,1 mil ou 99,8%) foram as mais atingidas, enquanto 0,2% (1,2 mil) eram intermediárias e nenhuma era de grande porte. Já nos setores, o de Serviços (46,7% ou 334,3 mil) teve a maior proporção de empresas encerradas em definitivo, seguido por Comércio (36,5% ou 261,6 mil), Construção (9,6% ou 68,7 mil) e Indústria (7,2% ou 51,7 mil).

Águas calmas

Em meio ao turbilhão, Içara navega em águas calmas e está recebendo dois grandes empreendimentos, o Combo Atacadista, com a marca da rede Giassi, e o Atacadão, do grupo Carrefour. A chegada das empresas significa geração de emprego e renda para a comunidade e impulso à movimentação econômica, o que refletirá na arrecadação de impostos pelo município. Além disso, a cidade deve se tornar um polo do setor na região, com as duas novas unidades instaladas às margens da SC-445 se juntando ao Fort Atacadista, que opera desde 2017 no bairro Presidente Vargas.

Mercado Livre

Também há uma movimentação no sentido de atrair para Içara o centro de distribuição do Mercado Livre, campanha que conta com a mobilização de lideranças empresariais e políticas. Ao longo dos últimos dias, deputados e senadores de diferentes partidos têm manifestado apoio à causa, assim como a prefeitura de Içara, que trabalha intensamente para viabilizar a vinda da empresa. O complexo poderá gerar 500 empregos em sua fase inicial, com potencial para alcançar até dois mil posteriormente. O Mercado Livre é hoje a maior plataforma de compras e vendas pela internet de toda América Latina, com mais de 132 milhões de usuários cadastrados.

Energia

E por falar em mercado livre, mas do setor elétrico, a Cooperaliança passará a adquirir energia da Copel Comercializadora S.A, de Curitiba, Paraná, que venceu o leilão promovido pela concessionária na última sexta-feira, dia 17, ao garantir o menor preço de venda. O novo contrato de fornecimento terá duração de 17 anos, entrando em vigor em 1º janeiro de 2022 e terminando em 31 de dezembro 2038. A expectativa é de que a troca de fornecedor reflita em benefícios ao consumidor final, mantendo a tarifa entre as menores do Brasil. Atualmente, a cooperativa adquire energia da Celesc.