Economia | 09/02/2022 | 10:04
Andreia Limas: Você sabe quanto está gastando a mais nas compras?
Levantamento feito pela coluna mostra que variação de preços pós-pandemia pode passar de 40%
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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Você deve ter notado que nos últimos dois anos ficou muito mais caro fazer as compras do mês no supermercado. Mas já parou para analisar de quanto foi o aumento de preços a partir da pandemia de coronavírus? Tomando por base um pedido realizado no início de fevereiro de 2020, fiz um levantamento de quanto custaria hoje comprar os mesmos produtos, das mesmas marcas, nas mesmas quantidades e no mesmo local e os dados colhidos mostram variação de 40,52%.
Se fosse realizar a mesma compra agora, precisaria desembolsar R$ 499,08 em vez dos R$ 355,17 pagos à época. Claro que não sou estatística e nem tenho pretensão de apontar esse aumento como universal em uma amostra tão pequena. Longe disso. O intuito é apenas comparar, na minha realidade, de quanto foi o impacto pós-pandemia nos gastos domésticos e compartilhar os dados com os leitores.
Alimentação
Analisando essa comparação, percebi variação de 47,07% nos itens de alimentação, equivalentes a R$ 296,16 em fevereiro de 2020 e a R$ 435,57 em fevereiro deste ano. Já os produtos de higiene e limpeza aumentaram 7,63%, passando o custo de R$ 59,01 para R$ 63,51.
Campeão
Individualmente, o produto que mais encareceu no período foi o macarrão tipo espaguete com ovos de 500 gramas, cujo pacote foi de R$ 1,64 para R$ 4,19, reajuste de 155,49%. A seguir, vêm o filé de peito frango IQF, que passou de R$ 8,99 o quilo para R$ 19,99, aumento de 122,36%; e o óleo de soja de 900ml, de R$ 3,95 para R$ 7,99, aumento de 102,28%.
Carnes
Na análise por grupos, a maior variação, de 59,87%, ficou com a carne bovina. Os itens comprados há dois anos custaram R$ 62,19, enquanto hoje sairiam por R$ 99,43. Já o leite e derivados sofreram reajuste de 48,44% no período, representando R$ 31,69 na compra de 2020 e R$ 47,04 em valores atuais.
A carne de frango, por sua vez, teve aumento de 57,19% no período, com o gasto de R$ 72,47 passando para R$ 113,91.
Hortifruti
A terceira maior alta do período, 51,83%, ocorreu no grupo dos hortifrutis, que juntos custaram R$ 18,24 em 2020 e agora representariam R$ 27,69. Os itens de mercearia, por sua vez, tiveram a menor alta entre os alimentos e bebidas, de 33,36%, indo de R$ 104,83 para R$ 139,80. Ao final da coluna, deixo a lista de compras detalhada para quem quiser consultar.
Inflação
Vale lembrar que a inflação acumulada no período ficou na casa dos 15%. Divulgado nesta quarta-feira, dia 9, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,54%, a maior para um mês de janeiro desde 2016 (1,27%). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38. Em janeiro de 2021, a variação mensal foi de 0,25%.
Dinheiro esquecido
De acordo com o Banco Central, as consultas ao Sistema Valores a Receber serão retomadas na próxima segunda-feira, dia 14, exclusivamente no site valoresareceber.bcb.gov.br, adaptado para suportar um volume maior de acessos simultâneos.
No momento da consulta, o usuário saberá se tem valores a receber no sistema bancário e, caso positivo, receberá a data para conhecer esses valores e solicitar sua transferência, a partir do dia 7 de março.
Se não voltar ao site de consulta na data marcada, será preciso consultar novamente para receber uma nova data. Valores não consultados ou solicitados na data agendada continuarão guardados à espera do titular.
Login
O usuário precisará de um login Gov.br nível prata ou ouro para acessar o Sistema Valores a Receber. Quem ainda não tem pode fazer o cadastro gratuito no site ou pelo App Gov.br (Google Play e App Store).
O Banco Central também alerta sobre possíveis golpes, ressaltando que o único site para consulta e solicitação no sistema é o valoresareceber.bcb.gov.br. Não são enviados links e ninguém está autorizado a entrar em contato com os cidadãos em nome do BC ou do Sistema Valores a Receber.