logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar

Economia | 10/05/2011 | 15:43

As redes sociais no combate a inflação

Especial de Daniel Lima, da Agência Brasil

Compartilhar:

Na guerra contra a inflação, a população deve lançar mão de armas como as redes sociais para divulgar os locais onde podem ser encontrados os melhores preços de bens e serviços, além de denunciar abusos. A recomendação é da economista Cornélia Nogueira, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ela ainda discorda da avaliação da equipe econômica do governo, segundo a qual o pior já passou e a tendência agora é de queda nos preços.

Conteúdo relacionado:
04/05/2011 » O que é a inflação?


“Tenho a impressão que a coisa não está tão tranquila, não. No ano passado, nesta época, a inflação estava muito baixa. Neste ano, não vai ser fácil chegar aos patamares de maio e junho passados”, destaca. Para a economista, a curva no gráfico, que mostra a tendência nas taxas de inflação anualizada, ainda demorará um pouco mais para cair. Ela acredita que os combustíveis, considerados os vilões do momento, poderão ajudar a reduzir os índices de inflação, mas ressaltou que, por enquanto, os preços estão altos demais.

A população deve se proteger e pechinchar, o mais que puder, na hora de contratar qualquer tipo de serviço, aconselha. “É importante não aceitar o primeiro preço que é dado, pechinchar e questionar o porquê do aumento. Isso deve ser feito no cabeleireiro, na manicure e em vários lugares, sem ter vergonha de questionar”. Para Cornélia, o trabalhador que almoça fora de casa , por exemplo, pode encontrar saídas como trocar de restaurante.

Alimentação fora do domicílio foi um item que aumentou muito nos últimos 12 meses, com 13,4% ante uma inflação de quase a metade. Só este ano, lembrou a economista, esse item já aumentou 4,83% ante uma inflação de 3,44%. No caso da alimentação, pode-se trocar o restaurante habitual por outro com preços mais em conta. “Se eles [restaurantes] perdem freguesia, automaticamente diminuem o ritmo de aumento, pelo menos.”

No caso de compra de bens, porém, Cornélia diz que os consumidores encontram mais dificuldade, principalmente nas redes de supermercados e lojas de departamentos. “Lá, não existem descontos e não há com quem reclamar, a não ser com o bispo, não é?”, ironizou.
Recorrer às redes sociais na internet passa, então, a ser importante, porque elas servem para denunciar abusos de preço e até alguns artifícios, como redução no volume dentro de uma mesma embalagem de produto para induzir o consumidor a “pagar mais por menos”, o que, na prática, também é inflacionar, destaca a economista.

“As pessoas podem usar as redes sociais na internet para denunciar abusos de preço, mudanças nas embalagens, sugerir marcas e produtos alternativos com preços menores”, sugere. Por meio das redes sociais, os consumidores também podem indicar para outros consumidores as localidades que têm preços justos, bem como aqueles que têm preços abusivos, acrescenta Cornélia. Sobre a manutenção do poder de compra dos salários, ela alerta que os trabalhadores precisam ser razoáveis na hora de tentar recompor o que foi perdido com a inflação.