Boa expectativa na produção de fumo

Entre instabilidades e superações, há quatro décadas Ézio Budny se dedica ao cultivo do tabaco. Para a atual safra a expectativa é positiva, sendo que há 15 dias o agricultor iniciou a colheita, que deve se estender até o início de dezembro. São 10 hectares que representam esforços e perspectiva de retribuição. “Já tivemos anos piores e melhores. Até agora a safra tem sido boa, mas nem sabemos se o preço vai ficar como no ano passado. O nosso trabalho é durante o ano inteiro, em qualquer horário e, diferente de outros serviços do campo, é todo manual”, relata.

Os fatores elencados, entre outros, têm contribuído para a desistência da cultura, circunstância que estará em discussão hoje, em encontro sediado em Florianópolis. “É uma avaliação interestadual em que vamos juntar dados e começar a levantar valores para comercialização”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Jair de Stefani.

Segundo ele, somente neste ano estima-se uma diminuição de 6% entre os fumicultores, o que não afeta a produção no município que está entre as principais de Santa Catarina. “Diminuiu os produtores, mas aumentou a área plantada”, complementa. Somente no município, a expectativa é de que a safra totalize aproximadamente sete toneladas, número semelhante às anteriores. “Tudo indica que será uma boa safra”, salienta.

Em menor proporção, Budny também cultiva milho e feijão, mas considera inviável investir na expansão de novas culturas. “Com dez hectares de fumo eu consigo manter minha família. Se trocasse por milho ou feijão não seria suficiente. Por enquanto não penso em mudanças”, menciona. Conforme o fumicultor, a colaboração familiar na lida tem sido um suporte para a manutenção do cultivo. “Todo o trabalho é feito em família, porque se dependesse de contratar funcionário, não haveria lucro nenhum”.