Brasil exportará urânio enriquecido

As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) exportarão urânio enriquecido pela primeira vez. A empresa, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, fornecerá quatro toneladas de pó de dióxido de urânio para a carga inicial de abastecimento de um reator nuclear na cidade de Lima, ao norte de Buenos Aires, na Argentina. O contrato representa US$ 4,5 milhões.

As quatro toneladas sairão de Resende (RJ) divididas em três lotes com teores de enriquecimento de 1,9%, 2,6% e 3,1%. O acordo com a Argentina não envolve intercâmbio de conhecimento, uma vez que prevê a entrega de um produto pronto, mas abre essa perspectiva. A empresa estatal argentina Invap participa do desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro.

Atualmente, o urânio é enriquecido em 12 países. A principal aplicação comercial é na geração de energia elétrica, como combustível para os reatores nucleares de potência. Segundo a INB, o Brasil tem a sétima maior reserva geológica do mineral no mundo. A única mina de urânio em operação no Brasil está em Caetité (BA) e tem capacidade de produzir 400 toneladas de concentrado por ano.