Economia | 25/07/2012 | 07:58
Cães obedientes e educados
Especial do Jornal da Manhã
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A falta de modos de Bob, um cachorro da raça Pastor Alemão, quase fez com que o vendedor Sandro de Freitas se desfizesse do animal. As travessuras só foram consertadas por meio do adestramento. “Eu pensei em doar, pois ele fazia muitos buracos atrás de casa. Quando chegavam visitas, o Bob pulava em cima e acabava machucando e assustando”, lembra.
Mesmo conhecendo pessoas que tinham submetido os animais ao adestramento, Sandro, de início, não deu importância à técnica. Entretanto, os resultados foram surpreendentes. “No primeiro mês de treinamento já vi diferença. Ele não atacava mais as pessoas e não destruía a grama de casa”, comemorou. Hoje, Bob é obediente e atende aos comandos do melhor amigo.
O adestramento torna o cão educado, obediente e eficiente nas funções que se planeja, seja para guarda ou companhia. Conforme o treinador e proprietário da Escola de Treinamento e Psicologia Canina Encãotus, Everton Marcos, é importante conscientizar o dono que o cachorro necessita de amor, carinho e alimento, mas acima de tudo, que precisa de um líder forte, amoroso e que vai ser o responsável por todos os comportamentos. “O adestramento não vai fazer o cão um robô, que quando está ligado só faz o que está programado, mas sim abre um meio de comunicação entre os dois fazendo com que tenham uma convivência pacífica”, explica.
Adestrar um cão pode ser tão importante quanto prevenir ou tratar doenças. Faz parte do processo: ensinar o animal a fazer as necessidades no local certo, passear na guia educadamente, conviver harmoniosamente com outros bichos e, quando necessário, corrigir problemas graves de comportamento como a agressividade. Algumas dicas são importantes. Segundo Everton, é preciso entender os animais.
“Os cães pensam apenas no presente. Eles devem ser adestrados usando recompensas e disciplina instantaneamente. Eles adoram colaborar. Passam a maior parte do tempo deles nos observando e observando a rotina da casa”, revela. Brincar com o cão é outra dica fundamental para auxiliar no processo de adestramento. O adestramento deve iniciar quando o cachorro chega na casa, impondo certos limites, como para a realização das necessidades fisiológicas. Já o treinamento na escola de obediência começa aos quatro meses de idade, ou quando o cronograma de vacinas estiver completo.
De certa forma, o dono também precisa ser “adestrado”. “O cachorro precisa aprender desde pequeno a se comportar, mas para isso o dono precisa colaborar. Sem a consciência de que somos diferentes, entramos em disputa com os cães e acabamos ficando nervosos ou frustrados com suas reações. Esperamos que os cães queiram o que queremos, que sintam como nós sentimos e, ainda pior, que pensem como nós. Nos comportamos e reagimos de maneira diferente da dos cães quando amamos”, analisa. Do contrário, caso o dono espere que o animal se comporte como um ser humano, a decepção será inevitável.
“Ficaremos muito frustrados e não usaremos nosso tempo para entender pacificamente as diferenças que existem entre homens e cães. Quando entendermos como funciona uma matilha, teremos uma visão diferente de como ele deve ser treinado. Os cães são diferentes de nós, e é pelo conhecimento deles que percebemos os erros mais comuns ao educar e adestrar os cães”, completou Everton. O treinamento de um cão depende muito da personalidade. O tempo necessário para ensinar um animal não necessariamente será o mesmo para outro.
“Devemos respeitar os limites de compreensão dos comandos ao qual queremos que realize. No mundo canino não existe o tempo e sim nossa capacidade de humanos de persistência, paciência, técnica e convívio”, aponta. Para fazer o cão andar junto, sentar, deitar, ficar, ir e voltar ao canil ou casinha, dar as patinhas, deixar de pular, além da correção de maus hábitos, o tempo previsto é de três meses.
O sossego tem um preço. Os valores variam conforme a necessidade do proprietário. A consulta comportamental na escola custa R$ 50. Já a mesma consulta na residência sai por R$ 100. O pacote de obediência semi-aberto sai por R$ 1.250, enquanto o internato, que inclui banho e tosa, veterinário, monitoramento 24 horas, ração, medicamentos necessários, vacinas e vermifugação tem o valor de R$ 1.500. Para ter tudo isso na residência o valor dobra.
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