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Jornal Gazeta

Economia | 29/07/2016 | 08:00

Casal consolida-se na produção orgânica

Especial do Jornal Gazeta

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Plantar dois hectares de verduras sem utilização de agrotóxicos ou fertilizantes químicos. Esta foi, há mais de oito anos, a opção do casal Pedro e Dilcema Rabelo, moradores da comunidade de Vila Alvorada, em Içara. Na cidade, há somente duas propriedades com certificado para a produção orgânica de alimentos e a família Rabelo é uma delas.

“Trabalhei quase que a vida toda com fumo, com agrotóxico, com tudo quanto é produto ruim, tanto que a minha esposa perdeu parte da visão por causa de tanto veneno que se usava. Foi comprovado que este é o motivo. A gente praticamente nadava no veneno. E a cada ano as coisas iam piorando”, comenta o agricultor.

“Quando dava uma produção boa, a gente até não ligava tanto para o veneno, para os efeitos, mas quando começou a dar prejuízo, a gente começou a pensar o que estávamos fazendo da nossa vida. Além do prejuízo que dava, a gente comia muito agrotóxico sem necessidade. Por isso resolvemos mudar”, destaca.

“Começamos a brincar com canteirinhos. Fizemos um e não deu certo. Fizemos mais dois e também não deu certo. Começamos a nos preocupar, mas seguimos firmes. Fomos seguindo plantando, por opção, até que deu certo e seguimos com o orgânico até hoje”, declara. “Depois veio a venda de produtos orgânicos para entidades e para asilos”, completa.

“Orgânico é algo que tudo tem que ser bom, desde a água tem que ser de qualidade até a terra que precisa ser trabalhada de forma especial, fora todo o cuidado que tem que ter”, coloca. “É necessário fazer toda uma preparação. Eu que tinha um terreno próprio para este tipo de plantio, demorei cerca de três anos até conseguir o certificado”, conta.

De acordo com o agricultor içarense, são mais de 30 tipos diferentes de produtos. “Ainda estamos descobrindo novos tipos. Estamos plantando, fazendo alguns testes, para ver”, diz a agricultora. “Até pouco tempo atrás, se falasse em orgânico ninguém sabia o que era. Perguntavam e a gente tinha que explicar, até riam, duvidavam. Hoje ainda tem gente que desconhece, mas pelo menos a grande maioria já sabe o que é o orgânico”, expõe Pedro.