Economia | 19/10/2017 | 08:53
Colheita do fumo inicia com otimismo pela qualidade do produto
Especial do Jornal Gazeta
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Com a proximidade do período mais quente, também começa a colheita e, embora tenha redução expressiva ano após ano, o fumo ainda é a principal cultura em Içara. Na área de plantação da família de Gustavo Budny, na qual trabalham três irmãos e os pais, são cultivados aproximadamente de 200 mil pés. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, é que somente no município sejam colhidas em torno de seis mil toneladas na safra 2017/2018.
“Içara chegou a ter mais de 14 mil toneladas somente em um ano, mas diante das consequentes saídas de pessoas da agricultura e também de produtores que migram para outras culturas, o volume projetado para este ano é considerado muito bom. Se confirmado, será positivo”, informa o presidente, Jair de Stefani. “Claro que há lavouras que tiveram problemas, mas na grande maioria a produção foi boa. Podemos dizer que está sendo uma safra normal. Não é uma super produção, como já vimos em outras temporadas, mas foi boa, principalmente pelo fato de granizo não ter atingido a nossa região”, explica.
“Esta chuva que veio foi boa, principalmente por ter sido moderada. Agradecemos por isso. Deu para recuperar parte da plantação que estava afetada. Está sendo dentro da medida”, enfatiza o presidente do sindicato. A preocupação neste momento é realizar a colheita, mas dentro de algumas semanas, a partir de dezembro, começa a discussão quanto ao preço. Este é um momento primordial para a economia de Içara. E conforme Jair, há uma projeção para que o preço seja lucrativo.
“Nós não fomos afetados por granizo, mas há outras regiões que foram muito afetadas, o que faz com que acabe reduzindo a produção. E com menos produto oferecido no mercado, maior é o valor a ser ofertado. Então ficamos em uma grande expectativa. Mas vamos esperar dezembro”, coloca. Conforme informação fornecida em julho pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), o fumo gera em média em torno de R$ 61 milhões ao ano em Içara. O número corresponde a mais da metade de tudo que é produzido pela agricultura. A segunda maior movimentação vem de verduras/frutas, com R$ 12 milhões.
Informalidade preocupa sindicato
Embora haja uma boa previsão quanto à produção e ao faturamento com a plantação de fumo, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara apresenta uma preocupação: a necessidade de cadastramento dos funcionários que auxiliam na colheita. Ele revela que ainda há um número expressivo de pessoas que trabalham na informalidade.
“Além de oferecer boas condições de trabalho, o empregador tem que se atentar quanto à necessidade da realização de um contrato. Por mais que seja para um período curto, é necessário. Sem registro, corre risco de uma fiscalização do Ministério do Trabalho ou até mesmo um desentendimento entre empregado e empregador. Então pedimos que todos se atentem a isso”, orienta Jair de Stefani.
“Muitos alegam que não fazem porque é muita burocracia. Mas o sindicato ajuda na hora de fazer. É somente nos procurar. Estamos abertos a todos. Quem não quer perder o sono deve fazer o contrato”, indica. Somente no ano passado foram realizados 200 registros. “Mas a tendência é que esse número seja muito superior”, estima.