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Economia | 09/10/2012 | 09:45

Começou a busca de imóveis para o verão

Especial do Jornal da Manhã

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Os precavidos já sabem: é em outubro que se começa a procurar imóveis para alugar na temporada de verão. Na região Sul, o destino principal é o Balneário Rincão, e quem prefere garantir o lugar ideal para ficar com a família ou para festar com os amigos já está procurando, mas parece que não está fácil. Segundo gerentes das imobiliárias da região, a procura está alta, mas há pouca disponibilidade de imóveis para locação.

"Tem muita oferta de venda de casas, mas poucas estão para alugar", comenta a atendente de locação Luciana Ávila. Ela conta que há dificuldade para agenciar imóveis pela imobiliária em que trabalha porque ainda há muitos proprietários indecisos se vão alugar a casa nesta temporada, se vão usufruir dela ou se vão apenas deixar à venda. "Geralmente, eles se decidem mais para o fim de novembro", complementa.

Já há alguns anos, o jovem administrador Carlos Augusto Saman Portella, de 25 anos, tem reunido uma turma de 10 a 15 amigos, e juntos alocavam um imóvel para os quatro meses da temporada de calor e festas (de novembro a fevereiro). Eles dividiam as despesas e pagavam mais de R$ 5 mil por uma casa grande, fora custos de água e energia, resultando em torno de R$ 400 por pessoa. Neste ano, a coisa mudou.

"Desta vez vamos deixar para locar mais para começo de dezembro, quando aparecem mais casas para alugar e com custo menor. Além disso, vou dividir o valor com no máximo cinco pessoas dessa vez, porque sempre dá alguma ‘incomodaçãozinha’. Como sou eu quem busca, corre atrás, acaba sobrando estresse para mim", conta o jovem.

Portella faz parte de um dos dois mais importantes públicos que alugam imóveis para a temporada de verão com antecedência. Luciana explica que são dois: os jovens, que querem casas grandes para festejar, e as famílias, que buscam casas em lugares mais tranquilos, com aspecto de lar, para curtirem as férias de forma bem sossegada.

"O público dos jovens é a maioria, e eles são dispostos a pagar por lugares mais caros, de quase R$ 9 mil reais, que é o preço total pelos quatro meses, e à vista", explica a profissional. Os imóveis mais caros geralmente são casas de dois andares, semi mobiliadas, com três quartos, em terreno grande e perto de mercados e postos de gasolina. Os mais baratos ficam em torno de R$ 3 mil.

Quem quer passar a temporada geralmente paga bastante para descansar. A própria atendente de locação Luciana conta que já fez isso com amigos: "quando a gente locava em turma para temporada, tinha amigos que economizavam o ano inteiro só para garantir um lugar bom no verão. Dava certo e valia muito a pena". As imobiliárias geralmente tentam prospectar imóveis para obter um leque inicial de opções para os clientes.

No entanto, quando o desejo do interessado vai além do que é oferecido, um agenciador percorre o futuro município rinconense a procura de imóveis que estejam sendo locados particularmente, isto é, até então sem intermédio de uma imobiliária. Luciana argumenta que a vantagem para o proprietário de imóvel em locar por meio de uma agência é a segurança contra inadimplência. "Independentemente do valor, a imobiliária paga o locador no valor acertado mesmo que o locatário deixe de pagar à imobiliária", informa.

O corretor de imóveis Juliano Euzébio trabalha há três anos exclusivamente com locações para temporadas e conta que são aproximadamente 500 imóveis à disposição por ano no Balneário Rincão, entre os comercializados pelas imobiliárias e as locações particulares. A empresa em que ele trabalha costuma fechar negócio com em média 40 imóveis por ano. "A meta é chegar a 50 dessa vez", pontua.

Passeando pelas quase desertas zonas Norte e Sul, a equipe de reportagem do Jornal da Manhã encontrou muitas casas à venda e poucas para locação, em uma proporção de a cada três casas para alugar, outras sete estão para vender. A mais cara encontrada à venda sai por redondos R$ 1 milhão, segundo o corretor Renato Teixeira. "São 485 metros quadrados, ocupa dois terrenos, tem quatro suítes, salas de jogos e de estar e garagem para seis carros, toda mobiliada, na Zona Norte. É o imóvel mais caro que conheço no Rincão", afirma Teixeira.

Outras casas encontradas variam de R$ 200 mil a R$ 350 mil para venda. O corretor Euzébio explica que essa rotatividade é um ciclo comum. "Tem muita gente interessada em comprar essas casas, e estão à venda por motivos pessoais. Quando algum proprietário passa por problemas financeiros ou divórcio, a casa da praia é sempre o primeiro item a ser vendido. É um giro contínuo", explica, pontuando que sempre houve muitas casas à venda no balneário, mas que também sempre houve quem comprasse essas casas.

Ele acredita que, com a municipalização do Rincão, casas, apartamentos e salas comerciais vão valorizar ainda mais, e a procura deve se intensificar. "Já temos casos de imóveis na faixa de aluguel de R$ 28 mil", pontua o corretor. A atendente de locações Luciana deixa a dica: quanto mais cedo os interessados procurarem os imóveis, mais propícias serão as condições de preços e de características desejadas, já que os melhores imóveis saem primeiro.



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