Comércio deve abrir 500 vagas para temporários

Os avisos nas lojas e a disponibilização de vagas no Sine anunciam: chegou a época de contratação de temporários para o período natalino. Segundo a estimativa do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Içara, Paulo Roberto Brígido, o comércio local deve gerar cerca de 500 empregos nos próximos meses.

“O pessoal começa a contratar em novembro, para chegar em dezembro com os temporários bem habituados com o que estão fazendo. Não dá para colocar direto no mês de dezembro, no sufoco. Assim, os contratados ficam novembro, dezembro e geralmente janeiro, para cobrir férias. Os que se destacam acabam ficando em definitivo”, relata.

Ele comenta que a maior dificuldade ainda é encontrar pessoas com experiência. “A juventude não está se preparando direito para o mercado de trabalho e talvez nós também estejamos pecando em não preparar esses jovens, porque eles vêm ‘crus’ e demoram um pouco para aprender”, explica.

De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa é que haja a contratação de 94,2 mil trabalhadores para atender ao aumento sazonal das vendas neste fim de ano no Brasil, sendo 6,1 mil em Santa Catarina. A taxa de efetivação dos temporários após o Natal deverá ser maior do que nos últimos cinco anos, com a expectativa de absorção definitiva de 12,2% desses trabalhadores.

Segmentos

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, lembra que as lojas de vestuário, acessórios e calçados são, historicamente, as que respondem pela maior parte dos empregos temporários neste período do ano. “Enquanto o faturamento do varejo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário o faturamento costuma subir 90%”, ressalta Bentes.

De acordo com os cálculos da CNC, o salário médio de admissão para as vagas temporárias no Natal deverá ser de R$ 1.608, valor 5,1% maior em relação a igual período do ano passado. Assim como em 2020, os maiores salários deverão ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.866) e pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.647) – contudo, esses segmentos deverão responder por apenas 0,8% das vagas totais.

Vendas

Em 2020, a principal data comemorativa do comércio coincidiu com a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o que fez com que a contratação de temporários para o Natal no país fosse a menor em cinco anos (68,3 mil). Além da abertura de mais vagas, a entidade prevê para este ano um aumento de 3,8% nas vendas natalinas, em comparação com o ano passado.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a mudança de cenário em 2021, com o avanço da vacinação, renova a esperança dos varejistas. “Os estabelecimentos comerciais estão voltando a receber um fluxo maior de consumidores e, consequentemente, têm registrado avanços sucessivos nas vendas desde abril deste ano”, afirma.