Jornal Gazeta
Economia | 23/02/2018 | 09:36
Costura: no lar, mulheres investem em um ofício de habilidades
Especial do Jornal Gazeta
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Apesar das inúmeras empresas de confecção e a oferta de produtos, ainda há aquelas pessoas que se dedicam ao atendimento individual - e garantem que existe clientela para isso. Um desses exemplos é Rosane Simão da Luz Pizzetti. “Toda a minha vida sempre trabalhei com costura. Já trabalhei em fábricas, mas na maior parte do tempo a minha opção sempre foi trabalhar por conta própria. Isso me deu experiência para que eu pudesse, hoje, em casa, conseguir trabalhar das mais diversas formas possíveis”, comenta a costureira.
“Como a mãe costurava, então foi algo automático, tanto que outra irmã minha também costura. Ela, para ganhar um dinheiro a mais, então fazia este tipo de serviço e a gente acabava ajudando, até porque naquela época não tinha muito de ficar comprando, era mais fazer a manutenção roupas”, explica Rosane. “Com o tempo, fui pegando gosto e sigo nesta área até agora”, complementa.
Além de clientes particulares, ou seja, pessoas que levam uma ou outra peça para produzir, ela também atua de forma terceirizada para empresas que fabricam as roupas mas precisam desse tipo de trabalho externo. “Hoje, por exemplo, estou trabalhando para uma empresa para fazer uniformes escolares”, expõe. “Sempre tem demanda para o conserto de roupas, até porque este não é um serviço que qualquer pessoa faz. Reformar é mais difícil do que você fazer a peça”, considera “É questão de vocação”, complementa a moradora do Centro de Içara.
Para Inês Patrício Guglielmi Heckler, o retorno às costuras após quase 10 anos ocorreu devido a demanda. “Eu estava vendo que não havia mais quem realizasse esse tipo de trabalho e até por uma necessidade própria, então acabei optando por voltar a trabalhar com isso. As pessoas ainda procuram pelo conserto de roupa, mas acabam tendo dificuldade em encontrar quem faz isso”, coloca.
“A família era grande, não tinha como comprar roupa para todo mundo, então tinha que fazer em casa. Desta forma, automaticamente, fui aprendendo e passei a trabalhar com isso”, recorda a moradora de Vila Nova. Ela diz que começou a ter a área como profissão quando morava ainda em São Paulo. Tinha uma loja de roupas, mas ao mesmo tempo confeccionava as próprias peças. “As pessoas procuravam este serviço principalmente pela questão do tamanho, já que se produzia algo próprio para a pessoa, do jeito dela”, ressalta.