Economia | 31/08/2021 | 12:48
Deinyffer Marangoni: Faltam empregos ou faltam pessoas qualificadas?
Depende quem responde essa pergunta, certo?
Deinyffer Marangoni
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Eu duvido quem aqui não conhece uma empresa que está “desesperada” para contratar um colaborador, seja de qual área for. Também duvido quem não conhece pelo menos uma pessoa procurando trabalho. É claro que toda essa reviravolta no mundo deu uma agitada nos bastidores de qualquer negócio, mas este cenário vem muito antes da pandemia. Mas, afinal, faltam empregos ou faltam pessoas qualificadas?
Depende quem responde essa pergunta. Se você for empresário, líder ou gestor de uma empresa, dirá que falta “mão-de-obra” qualificada e alguns ainda dirão que “ninguém quer nada com nada”. Se você estiver em busca de se recolocar no trabalho ou uma nova oportunidade, talvez diga que faltam empregos.
Eu digo que não falta nenhum e nem outro. Não faltam empregos e o CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados confirma isso. Somente em Içara, foram gerados 1.177 novos empregos, sendo a segunda cidade da Região Carbonífera com maior geração de empregos, de um total de 7.629 vagas na regional. Os dados são de janeiro a julho deste ano. Também não faltam pessoas qualificadas, é só ver quantas instituições de ensino há no Extremo Sul e quantas pessoas estão passando por qualificação. Claro que, talvez, não seja qualificação técnica avançada, mas pelo menos se tem a base. Aí volta para a empresa, será que elas estão dando oportunidade para os colaboradores se qualificarem com a parte técnica e comportamental?
Mas onde é que está o “gap”, o buraco, a falha disso tudo, então? Na minha visão, é na conexão dos propósitos, dos valores e dos objetivos de cada um. Vamos mais profundo ainda, as pessoas e as empresas estão perdidas, não sabem o que querem ou o que buscam.
Isso tudo já começa com a nomenclatura. Normalmente as pessoas buscam emprego em vez de trabalho. Mas não é a mesma coisa? NÃO! Emprego é apenas uma forma de conseguir renda e é aqui que está o problema. O colaborador só busca salário, dinheiro, não tem prazer em realizar o seu ofício, não busca se desenvolver. Já o trabalho está ligado a objetivos e realizações profissionais, seguir carreira, aprender e se desenvolver. Mas voltamos à estaca zero, nem o colaborador e nem a empresa sabem o que querem ou, pior, ambos querem apenas o “dinheiro”.
A partir do momento que cada um sabe exatamente o que quer e o que busca, se definem os propósitos, valores e objetivos de cada parte. Como consequência disso, se cria uma cultura organizacional e, no caso das pessoas, elas buscarão uma empresa que se encaixe com a sua maneira de ver o mundo. Nesta relação, o colaborador é de fato colaborador, não só mais um funcionário. O dinheiro é consequência e não fim. O desenvolvimento pessoal e profissional se tornam constantes, pois todos querem atingir os mesmos objetivos para um bem maior, não apenas financeiro. O salário também é segundo plano, ou vocês nunca viram pessoas que receberam propostas maiores e não saíram de onde estavam? Isso é planejamento, propósito, carreira, desenvolvimento, cultura e clima organizacional. É tudo isso que faz a diferença e o que as pessoas estão buscando, mesmo que não saibam. É isso que as empresas precisam definir e serem agentes de transformação, não visar apenas o lucro. E isso não é mais utópico e muito menos tendência, isso está acontecendo aqui e agora!
PROGRAMA PRÁTICAS DE GESTÃO (PPG)
Um pouco mais sobre esse tema e como praticar isso dentro das empresas por meio da gestão e desenvolvimento de pessoas é o que vou falar no Programa Práticas de Gestão (PPG), que começará no próximo dia 08/09. O programa é realizado pela Associação Empresarial de Içara (ACII) e contará com oito módulos de diferentes áreas da gestão, voltadas para micro, pequenas e médias empresas dos segmentos do varejo e serviços. Mais informações e inscrições em www.aciicara.com.br.
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