Economia | 13/08/2014 | 09:21
Diferença para pagamento à vista avança
Especial do Jornal Gazeta
Compartilhar:
Os estabelecimentos comerciais pagam aos bancos em média 3% a 5% das vendas realizadas através de cartões de crédito ou débito. Além disso, pagam taxa de 4% ao Governo e a manutenção mensal da própria máquina. Contudo, quando o consumidor realiza uma compra e quer pagar com cartão, o valor aplicado é, geralmente, o mesmo do que o de à vista. Mas, ao que tudo indica, a forma de pagamento sofrerá alteração. O plenário do Senado já aprovou um projeto que permite valores diferenciados. A proposta foi aprovada, mas segue para análise na Câmara dos Deputados.
“É taxa do banco, do governo, da própria máquina. Mesmo que seja no débito, quando o dinheiro cai na hora, também pagamos taxas. Então concordo com esse projeto porque para nós é muito válido. O consumidor paga o mesmo, mas nós comerciantes é que arcamos com as taxas extras”, ressalta a proprietária da loja Adriana Presentes, Adriana Bitencourt. “O que eu sei é que hoje o valor a vista é obrigado a ser o mesmo no cartão em uma vez. Mudar isso acho que não é o caminho. Temos é que lutar contra essas taxas que são abusivas e não limitar compras por cartão de crédito”, assinala o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Paulo Roberto Brígido.
“O comerciante já se adequou e sabe que vai ter que pagar taxas quando a venda é feita através do cartão. Mas não tem como cancelar porque hoje a maioria das pessoas prefere utilizar o cartão de crédito do que sair com dinheiro de casa. Por isso, mais uma vez, reitero que mais importante do que determinar essa mudança de valores, é buscar a diminuição das taxas por parte do governo e dos bancos”, complementa. “Uma pessoa que ganha um salário mínimo, é obrigada a pagar de 7% a 11% a mais nas compras, mesmo que com dinheiro, porque os estabelecimentos acrescem isso justamente por conta do cartão de crédito”, contrapõe o senador propositor, senador Roberto Requião.
“Qual a maior probabilidade, que eles aumentem o valor do produto vendido via cartão de crédito ou reduzam para os pagamentos em dinheiro? Obviamente não irão diminuir. Acho que esse projeto não foi feito de forma pensada e foi aprovada de maneira mais impensada ainda. No fim, são os consumidores que irão pagar mais. Não é justo que paguemos por taxas que são de responsabilidade dos comerciantes, nós já pagamos juros demais”, argumenta o designer Ismael Furtado.