Empreendedora tem como desafio reerguer negócio de reciclagem destruído por incêndio

Arlete Terezinha Flor Airoso ainda revive o choque que sentiu quando recebeu as chamadas telefônicas na noite de segunda-feira, dia 14. Foi assim, à distância, que soube que seu patrimônio, resultado de 34 anos de trabalho, estava sendo consumido pelas chamas no bairro Jardim América, em Içara. O incêndio iniciou devido a uma reação química entre os materiais recicláveis, atingiu um galpão e comprometeu também a residência da família, mas não destruiu o seu sonho e nem a garra de empreendedora. O momento agora é de reconstruir. E, para isso, uma corrente de apoiadores já começou a ser formada.

Galega, como é conhecida a proprietária da Transportes Airoso, contabiliza R$ 800 mil de prejuízo, sendo R$ 500 mil somente de materiais recicláveis. É um valor que não estava segurado, pois a atividade não tem cobertura acessível em consequência do risco. Além de 120 toneladas de matéria-prima e da estrutura, o fogo derreteu o motor de uma prensa e também um moinho. A rápida chegada do Corpo de Bombeiros e a mobilização regional garantiu que outros equipamentos fossem salvos. E a comunidade ajudou ainda a retirar dois caminhões e uma carregadeira, que serão fundamentais para a reconstrução.

“Temos 12 pessoas que vivem disso daqui e que estão todos parados. Eu preciso reerguer e seguir em frente, até porque eu não sei fazer outra coisa. Eu amo o que eu faço”, indica Galega. “Eu já tive fome em minha vida e depois que comecei a reciclagem, nunca mais passei por essa necessidade. Eu vou ter força para conseguir de novo”, completa. Conforme a empreendedora, a energia já foi reestabelecida e a limpeza do pátio será o próximo passo. O desafio a ser solucionado ainda é a destinação dos materiais queimados.

Assim como a ajuda que teve no dia do incêndio, a família já recebeu gestos de apoio por meio do PIX 607.171.819-87. Ganhou também doações diretas de materiais, como telhas. Mas ainda não é possível garantir a reconstrução. Há necessidade de cimento, tijolos e telhas para o restante da estrutura. “O que me derem, vai me ajudar. Vou agradecer e rezar eternamente por essas pessoas”, pontua. Após noites sem conseguir dormir, Galega vive a expectativa, agora, que o telefone só toque pela solidariedade. E ela deixa o número para quem quiser ajudar: (48) 99909-8366.