Economia | 16/09/2021 | 08:05
Epagri orienta produtores sobre a cigarrinha do milho
Inseto chegou à região na última safra e representa risco de uma doença que ataca a planta e reduz a produção
Andreia Limas - andreia.limas@canalicara.com
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A cigarrinha do milho chegou à região Sul na última safra e colocou os produtores em alerta devido aos prejuízos às culturas que a praga pode trazer. O inseto transmite o vetor do enfezamento vermelho ou branco, uma doença que ataca a planta e reduz a produção, mas pode ser controlado com o manejo adequado. Para isso, os agricultores contam com as orientações da Epagri.
“Este ano, em torno de 400 a 500 produtores passaram pelo escritório em Içara e foram orientados a controlar a cigarrinha, fazer o tratamento, porque não dá para arriscar. Não sabemos se será um surto e vai passar ou se durará por muitos anos. Nas visitas, também incentivamos a controlar”, explica o engenheiro agrônomo, Luiz Fernando Burigo Coan.
Ele lembra que a Epagri mantém um sistema de monitoramento, que abrange o estado inteiro. “A iniciativa privada, quem vende as sementes, os engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, também faz esse trabalho de orientação, para evitar que a cigarrinha se dissemine”, ressalta.
Maior incidência na safrinha
Conforme Luiz Fernando, a maior incidência ocorre na chamada safrinha, que é plantada entre dezembro e janeiro. “Na primeira safra, plantada em agosto e setembro, a população de cigarrinhas ainda é pequena. Por isso, fazendo um bom controle agora, se evita que haja um surto no verão”, reforça.
Nesta época, o milho já está quase todo plantado e a maioria dos produtores já iniciaram o tratamento, que deve ser realizado até os 60 dias. “Eu recomendo três, mas tem produtores fazendo quatro tratamentos (aplicações de inseticida) até os 40 dias”, informa.
Incentivo
O Governo do Estado tem um programa que oferece descontos na compra de sementes de milho aos produtores, porque o consumo em Santa Catarina beira 6 milhões de toneladas por ano, enquanto a produção fica em torno de 3 milhões. “Esse milho é usado na criação animal, em rações para aves e suínos e mesmo na bovinocultura leiteira e de corte”, aponta o agrônomo.
Em Içara, contando safra e safrinha, a estimativa é de 4,3 mil hectares de milho, a maior área plantada da região. A maior parte do milho produzido na cidade é usada como grão e não para silagem. São fumicultores que plantam milho em dezembro e janeiro, após a colheita do fumo, além de produtores de soja e milho ou de milho e feijão.