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Economia | 14/07/2014 | 09:19

Faccionistas têxteis enfrentam problemas

Especial do Jornal Gazeta

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Alércio Marques é proprietário da JD Facções há seis anos. Ele sabe bem dos problemas que o ramo vem enfrentando por diversos fatores. Em sua visão, o maior impasse é a falta de incentivos fiscais, já que os produtos, mão de obra e serviços encareceram consideravelmente. “Nós pagávamos o salário de um funcionário R$ 670 e hoje esse valor está em R$ 1.070. Comprávamos também a linha pelo preço de R$ 4,50 enquanto hoje ela já está sendo vendida por R$ 10. Então tudo aumentou, contudo, continuamos vendendo os que produzimos pelo mesmo valor de anos atrás”, explica.

De acordo com o presidente do Núcleo do Faccionistas da Associação Empresarial de Içara (Acii), Dalcionir Pizzetti, nos últimos meses, 25 empresas fecharam as portas na região carbonífera. “Destas, três são de Içara. E é importante falarmos sobre isso porque não é uma questão restrita ao nosso município. É um problema regional. E se nenhuma medida for adotada, vejo um futuro bastante preocupante para o setor. Arrisco a dizer que teremos uma diminuição de 50%”, relata.

Ainda segundo Pizzetti, dez anos se passaram e as facções não receberam a devida valorização. “Para se ter ideia, nós recebíamos R$ 6, R$ 6,50 por peça. Hoje, continuamos com o mesmo valor. Ou seja, uma década depois e nós estamos ganhando o mesmo. Não tem cabimento. Os insumos estão cada vez mais altos, assim como todas as outras questões que todos sabem que é mão de obra, etc”, sublinha.

Outro problema apontado são as grandes magazines que vendem produtos muito abaixo. “Eles compram da China e as facções não conseguem acompanhar. São muito baratos. Isso também tem prejudicado bastante”, assinala. “O Paraná, por exemplo, recebe incentivo do Poder Público. E falo isso em âmbito estadual, que é o que precisamos aqui também. A Administração Municipal pode ajudar com incentivo fiscal, mas talvez não tenha tanta relevância. Precisamos que o Governo do Estado se mobilize e entenda que estamos com grandes problemas”, relata.

Uma das medidas também é buscar ações para que novas empresas se instalem na cidade. “Isso a Prefeitura pode nos ajudar. Porque temos muitas facções na cidade, mas poucas empresas que utilizam esse serviço. Precisamos de mais, porque assim aumentará a competitividade. E também é importante a união da categoria para tentar reverter essa situação”, pondera. O setor na cidade envolve atualmente 56 empresas. “São vários os fatores que resultam nesse problema e precisamos discutir todos. Já fizemos uma primeira reunião e teremos outra no fim de julho. Do jeito que está não dá para ficar, temos que buscar medidas logo”, finaliza o presidente da Acii, Joi Luiz Daniel.