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Economia | 03/12/2012 | 08:13

Falta de chuva preocupa na agricultura

Especial de Djonatha Geremias, do Jornal da Manhã

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Um verão seco, de dezembro de 2012 a fevereiro 2013, é a previsão do Centro de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram). Os estudos apontaram que os fenômenos El Niño e La Niña (que interferem no ciclo de chuvas global) não estão se manifestando. “Isso reflete que a tendência seja de um período seco para o próximo trimestre”, explica o meteorologista Clóvis Corrêa.

Em novembro, a região sul catarinense está apresentando 50% a menos de chuva do que o normal, enquanto o meio-oeste tem tido apenas 10%. Segundo o gerente da estação urussanguense da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e agrônomo, Fernando Previ, o normal é que haja, em um ano, aproximadamente 2,2 mil milímetros de precipitação de chuva, mas houve apenas 1,6 mil na região Sul de janeiro a novembro de 2012. Esse déficit híbrido prejudica diretamente a agricultura, que sofre com a estiagem e já deixa a Defesa Civil em alerta.

O coordenador regional de Defesa Civil do Governo do Estado, Rosinei da Silveira, afirma que há uma série de políticas públicas para socorrer os agricultores caso dezembro não apresente uma melhor condição de chuvas. “Refinanciamentos, empréstimos a juros baixos, entre outras ações, estão preparadas para auxiliar os produtores. Estamos cientes de que, se não houver chuvas boas, a crise vai castigar muito mais do que a última, porque o efeito final é cumulativo”, diz Rosinei.

Em Criciúma, a coordenadora de Defesa Civil, Angela Mello, adianta que vários agricultores já conversaram com ela, contando que estão preocupados com as lavouras. “Por enquanto, não há solicitação de apoio. É preciso que eles nos acionem primeiro para que possamos dar início ao processo de decretação de emergência e ajudar o abastecimento com caminhões-pipa”, afirma Angela.

Em maio deste ano, a estiagem fez com que fosse decretado estado de emergência e a Defesa Civil conseguiu o abastecimento com caminhões-pipa para os agricultores com apoio da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Em Forquilhinha, o superintendente da Casan, Vilmar Bonetti, enfatizou que “a prioridade é o abastecimento humano”, a respeito de uma possível ajuda à agricultura, uma vez que a barragem do Rio São Bento está a seis metros abaixo do nível normal. O secretário municipal de Agricultura, Vilmar Mendes, afirma que, se em uma semana não chover, as perdas na agricultura certamente ultrapassarão os 10%. Atualmente, 612 famílias em Forquilhinha vivem da agricultura. Em maio, foi decretada situação de emergência, e os prejuízos chegaram a R$ 3 milhões.

O agrônomo da estação da Epagri de Urussanga, Fernando Previ, afirma que, embora todas as culturas sejam prejudicadas com o nível da chuva abaixo da média em dezembro, algumas serão mais prejudicadas que outras. As plantações frutíferas (uva, pêssego, ameixa, entre outras) terão o ciclo adiantado com a estiagem. O milho e o feijão também serão prejudicados. Porém, o feijão que foi plantado mais cedo (no fim de julho ou começo de agosto) aproveitou mais umidade do solo e não deve ter tanto problema quanto o milho, que é plantado um pouco depois do feijão e, por isso, deve ter um ciclo mais longo com a falta de chuvas.

Pevri também adianta que as pastagens sofrerão muito com a seca, o que prejudica a produção de leite. O mesmo acontece com as hortaliças, devido à insolação. “A radiação solar queima as folhas e frutos descobertos”, explica o agrônomo. O meteorologista da Ciram, Clóvis Corrêa, prevê que só deverá haver chuvas fortes após o dia 20 de dezembro, mas são apenas as populares “chuvas de verão”. Essas chuvas são pancadas fortes, geralmente no fim do dia, após intenso calor, mas que também duram pouco. Essas chuvas até ajudam a agricultura, mas não o suficiente para que resolva a situação da estiagem em geral. Segundo Corrêa, o escoamento superficial é muito grande, e o solo não dá conta de aproveitar a água com qualidade. “Por enquanto, vamos ficar em alerta”, comenta o coordenador da Defesa Civil de Forquilhinha, Edson Szymanski.


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