Economia | 27/08/2013 | 09:02
Ferrovia Litorânea terá licitação em 2014
Especial de Francieli Oliveira, do Jornal da Manhã
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O projeto de ligação do Sul do Estado com o restante do país, através dos trilhos, foi detalhado para empresários e políticos, na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) nesta última segunda-feira, dia 26. A Ferrovia Litorânea, entre Imbituba e Araquari, está em fase de projetos. Para o próximo ano a expectativa é pelo início da licitação para a contratação da empresa responsável pela obra.
A estrada de ferro terá a missão de interligar a Ferrovia Tereza Cristina (FTC) com a malha nacional através da América Latina Logística (ALL) e com o Oeste do Estado, pela futura Ferrovia do Frango. “O Sul de Santa Catarina está crescendo menos economicamente do que o Estado, nós sabemos que isso acontece por falta de infraestrutura, e precisamos interligar a nossa ferrovia com a malha nacional e dessa maneira ter uma alternativa mais barata para o transporte de cargas e ao mesmo tempo desafogar a BR-101, que mesmo em processo de duplicação logo estará saturada”, defendeu o presidente da Acic e da Comissão do Modal Ferroviário do Sul, Olvacir Bez Fontana.
O prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo (PP), fez um apelo. “Peço que essa obra comece do Sul para o Norte. Queremos que essa ferrovia venha para desenvolver nossa região e acabar com essa diferença econômica que existe entre as regiões do nosso Estado”, ponderou. O coordenador de obras ferroviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), Gean Carlos Trevisolo, não conseguiu chegar a tempo das apresentações devido ao fechamento do aeroporto Diomício Freitas, mas à noite se reuniu com os empresários. “O projeto básico deverá estar pronto até dezembro e a partir de então, em paralelo com a elaboração do projeto executivo, já podemos dar início ao processo de licitação”, adiantou.
O deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB) confirmou a atenção que será dispensada pelo Governo Federal para as ferrovias. “Será investido muito mais em estradas de ferro do que em rodovias”, completou. “Estamos lá em Brasília para fiscalizar e para pressionar o Governo para que essa obra saia o quanto antes e para que não ocorra o mesmo do que com a duplicação da BR-101, que ainda não foi concluída por problemas burocráticos”, lembrou o parlamentar.
A ferrovia está dividida em dois lotes. O Lote 1, que inicia em Imbituba e segue até o município de Tijucas, tem o projeto executado pelo consórcio Magna/Astep. O coordenador de projetos Mogli Carlos Vieira fez um breve histórico da Ferrovia Litorânea. Em 2001 foi realizado o estudo de viabilidade. Em 2008 foi realizada a licitação para contratação das empresas responsáveis. O projeto preliminar já foi concluído. A fase atual é de elaboração do projeto básico. Até maio do ano que vem será entregue o projeto executivo.
Segundo Vieira, ainda há alguns problemas a serem resolvidos, e entre eles está a reserva indígena no Morro dos Cavalos, em Paulo Lopes. “Apresentamos uma nova proposta para a Fundação Nacional do Índio (Funai), que ainda não se manifestou, mas estamos otimistas quanto à aprovação”, colocou Vieira. Nesse caso a ferrovia seguiria à esquerda da BR-101. “O mesmo traçado está inviabilizado, pois a ferrovia não pode ter rampas”, acrescentou.
A região urbana dos municípios da Grande Florianópolis precisou ser desviada, e com isso o número de obra de arte será maior. Somente no Lote 1, serão 12 túneis e seis viadutos. O Lote 2 inicia no rio Tijucas e segue até Araquari na integração com a malha nacional. O consórcio Vegas/Prosul é o responsável pela elaboração do projeto. São 30 obras de arte entre pontes e viadutos. O deputado estadual Manoel Mota (PMDB) questionou a possibilidade de ampliação da FTC até Araranguá. Os responsáveis explicaram que já há estudos para a construção de trilhos até Maracajá, onde está em andamento a abertura de minas de carvão mineral.