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Jornal Gazeta

Economia | 30/03/2017 | 15:07

Fumicultores poderão perder financiamento

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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Para acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, os produtores rurais precisarão reduzir o fumo e aumentar outras culturas. A queda deve ser de 25% a partir de julho, de 30% na safra 2018/19, 40% no ciclo seguinte e 50% em 2020/21. A proporcionalidade definida pela Resolução 4.513 do Banco Central atinge pelo menos 700 famílias em Içara, atualmente, responsáveis por 6 mil toneladas e a movimentação de quase R$ 100 milhões ao ano. “A maioria depende de custeio”, indica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Jair Hercílio De Estéfani.

“O Governo Federal não é muito favorável à cultura do fumo. Houve a criação de um programa de diversificação, mas não tivemos a consulta nos nossos produtores. O fumo ainda tem uma rentabilidade maior. Não podem impedir o financiamento e taxar os produtores de serem contra a lei. Se deixarmos de produzir aqui, o fumo será cultivado em outra região. A maioria das propriedades aqui não chega a 10 hectares. Isso impede o investimento em outras culturas com o mesmo rendimento”, acrescenta.

“Devido a baixa remuneração do fumo no passado, muitos produtores optaram pelo leite, verduras e formaram agroindústrias gerando diversificação na propriedade. Quem ficou também vai continuar migrando, mas estão mais estabelecidos na cultura do fumo. Por isso, continuamos o trabalho com palestras e visitas para garantir suporte a quem tem interesse em diversificar mais a propriedade”, coloca o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, em Içara, Luiz Fernando Búrigo Coan.

Içara é 10ª maior produtora em SC

Mais de 98% da produção do fumo está concentrada no Sul do Brasil. Dados do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco apontam que a cultura é desenvolvida em 574 dos 1.191 municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. São 144.320 famílias e, aproximadamente, 576 mil pessoas no meio rural. Dentre as cidades catarinenses, Içara ocupa o 10º lugar no volume produzido. Na safra 2015/16 foram colhidas 4,4 mil toneladas.

Safra 2015/16: O último ciclo contou com 293 mil hectares plantados, 539 mil toneladas produzidas e R$ 5,2 bilhões gerados aos fumicultores nos três estados do Sul.
“Precisamos de apoio para que a resolução seja revogada”, coloca Jair. O pedido já foi encaminhado à bancada federal catarinense pelo deputado estadual Adilor Guglielmi (PSDB). A reivindicação do parlamentar içarense é manter o percentual mínimo de diversificação em 20% ainda na safra 2017/18 sob pena de prejuízos econômicos e desemprego. Para Dóia, a restrição ao financiamento provocará ainda mais dificuldades para diversificar a produção.