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Economia | 25/10/2013 | 09:41

Inadimplência deve cair em novembro

Especial do Jornal Gazeta

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O fim de ano se aproxima e, com ele, diversas datas comemorativas. Natal, Réveillon e férias de verão são ocasiões que fazem aquecer ainda mais o comércio. Os estabelecimentos já estão se preparando para o grande número de consumidores que surge nessa época. Os clientes, por vez, correm contra o tempo para estar com o crédito positivo e apto as compras. É por esse motivo que os meses de novembro e dezembro são os que apresentam maior redução no número de inadimplentes.

Em Içara, o reflexo já começou a ser visto em outubro. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) indica que a inadimplência no comércio foi de 6,7% em 2013. Em outubro do ano passado eram 849 negativados enquanto no mesmo mês desse ano o índice foi reduzido para 549. “Em outubro do ano passado, também, houve um registro de 829 pessoas limpando seus nomes. Esse ano, já estamos na marca de 902. Nessa época o recuo é maior por conta do fim do ano. Diminui em novembro e acaba aumentando, infelizmente, no mês de janeiro”, explica o presidente do CDL, Paulo Roberto Brígido.

Brígido diz ainda que hoje o consumidor está muito mais atento e preocupado em não estar negativado. “Houve uma melhora muito grande com o passar dos anos em relação às compras. Há uma grande facilidade de crédito por conta dos bancos, empresas, etc. E as pessoas querem comprar uma casa, um carro e precisam estar com o nome positivo e sem nenhum tipo de restrição. Por isso elas estão muito mais preocupadas e cautelosas na hora de fazer alguma compra parcelada e manter esse pagamento em dia”, destaca.

Há alguns anos Pedro Cardoso financiou uma casa pela Caixa Econômica Federal. Pouco tempo depois, vendeu a propriedade para outra pessoa, mas não realizou a transferência nominal. O novo dono deixou de pagar algumas prestações e ele, automaticamente, entrou no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). “A minha experiência de ter o nome negativado foi por culpa de outra pessoa. E eu não pude fazer nada, senão esperar que as contas fossem pagas para ter o meu nome limpo novamente. Vale ter esse cuidado na hora de fechar um negócio”, ressalta.

Ele tinha o hábito também de fazer compras através de cartão de crédito e financiamento, até que teve uma experiência ruim e passou a rever seus conceitos de administração. “Eu e minha esposa resolvemos não comprar mais nada em prestações porque uma vez, não demos conta de pagar. Hoje compramos tudo a vista e gastamos só o que podemos”, completa.

Há um projeto ainda não aprovado, que visa classificar os consumidores através de uma nota. Se entrou no SPC ou Serasa alguma vez, é classificado como um consumidor mediano. Se sempre manteve suas contas em dia, a pontuação será alta e aprovação de crédito praticamente certa. “É um estudo, um projeto que ainda não foi liberado no país. Ele pode ser visto de duas maneiras, tanto negativa quanto positiva. Ao comércio, será bom para a diminuição de ‘calotes’. E também para os consumidores que vão, por exemplo, fazer uma compra em um estado diferente e poderão ser avaliados através dessa nota”, aponta o presidente da CDL.

“Por outro lado, há aquelas pessoas que passaram por um momento difícil e não puderam pagar uma conta, mas depois a situação estabilizou. Ela vai ficar numa espécie de “lista negra”. Por isso que essa possibilidade ainda está sendo estudada”, esclarece. Para esse fim de ano, Brígido orienta que os consumidores não extrapolem e comprem somente o que for de necessidade. “Aquela receitinha básica e antiga: não gastar mais do que se ganha. Fazer um levantamento de quanto dinheiro terá, com o acréscimo de férias e décimo terceiro, e ver para onde será destinada cada quantia. Então, o que sobrar, aplicar para ter como manutenção e gastar somente o que for necessário”, finaliza.