Economia | 04/07/2012 | 08:23
Inclusão de deficientes é barreira superada
Especial do Jornal da Manhã
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“Eu gosto muito de trabalhar e adoro todo mundo daqui. Fiz bastante amizade e aprendi muita coisa. Fiquei muito feliz quando soube que ia trabalhar aqui, e minha família fez uma festa para comemorar”, conta Mariana Sampaio, de 30 anos, com um sorriso no rosto que misturava alegria e satisfação. Mariana possui deficiência mental leve e, assim como todos os outros funcionários do supermercado Giassi, de Criciúma, em que trabalha há três anos, ela se dedica ao máximo para cumprir seus deveres.
De acordo com o gerente do supermercado, Alair Batista, a inclusão de pessoas especiais no mercado de trabalho, além de contribuir para a experiência profissional, ajuda na interação com a sociedade. “Temos 15 funcionários portadores de deficiência leve. Eles trabalham como qualquer outro funcionário, a única coisa que muda é que no contrato deles consta que são especiais. Eles trabalham o mesmo período, ganham o mesmo salário, enfim, todos trabalham iguais”, conta.
O processo para iniciar no mercado de trabalho é o mesmo. Primeiro é realizada a entrevista, e depois um treinamento com todos os funcionários. “Eles não deixam de fazer nada que os outros fazem por serem especiais. Quando contratamos, todos os funcionários passam por um treinamento igual. As vagas disponíveis para pessoas com deficiência são gerais. Temos funcionários que trabalham como empacotadores, na reposição das prateleiras e na padaria, mas a ocupação maior é na frente do caixa”, comenta o gerente.
Felipe das Neves Lima, de 27 anos, também trabalha no supermercado e se diz bastante feliz com o cargo. “Trabalho aqui há três anos e gosto muito porque conheço pessoas novas e aprendo bastante. Já trabalhei em uma loja também e em outro supermercado. Eu tenho um irmão que também é especial e trabalha em outro mercado. Estudei no Instituto Diomício Freitas, fiz oficina de artesanato e computação e depois de lá eu vim trabalhar aqui”, enfatiza.
O Instituto de Educação Especial Diomício Freitas - Associação Pestalozzi de Criciúma - é uma ONG de Criciúma que tem como objetivo preparar, qualificar e incluir no mercado de trabalho jovens e adolescentes com deficiência intelectual, com idade a partir de 14 anos completos até 30 anos. De acordo com a diretora e psicóloga da Instituição, Jussiane de Souza, os alunos participam de oficinas que ajudam a desenvolver um perfil profissional.
“Hoje temos 68 alunos, que são orientados em nível verbal e trabalho prático. Eles trabalham com o reaproveitamento de jornal na confecção de cestas, porta retratos, porta talheres e, também, na confecção de estopas com retalhos de tecidos. Eles produzem cartões decorativos, trabalhos com biscuit e pintura. Há várias oficinas de várias áreas de trabalho, e eles passam por todas elas até a qualificação profissional, que é a última etapa onde eles já estão prontos e com o trabalho focado”, explica.
As oficinas ajudam e ensinam os educandos para ingressarem em diversos tipos de mercado, como em empresas de confecção, metalúrgicas, supermercados, oficinas mecânicas, escritórios e trabalhos como office boy e office girl. “O tempo que eles ficam aqui no Instituto vai depender da deficiência mental e intelectual deles. Alguns demoram mais, outros menos, mas saem totalmente preparados para enfrentar o mercado de trabalho. Antes, nós íamos atrás de empresas que contratassem nossos alunos. Hoje, são elas que correm atrás da gente. Já temos uma lista de empresas na fila de espera”, ressalta a diretora.
Juliano da Silva Felipe, de 17 anos, já está preparado para seu primeiro emprego. Ele é aluno do Instituto e vai trabalhar em um supermercado como empacotador. “Eu gosto muito daqui e adoro as aulas de artesanato. Meu sonho é trabalhar, respeitar meu chefe, fazer tudo certinho e ter meu próprio dinheiro. Estou super ansioso para trabalhar”, conta.
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