Inovação impulsiona novas oportunidades de negócios

O avanço de soluções inovadoras e a expansão do uso da tecnologia impulsionam novas oportunidades de negócios, abrindo espaço para novas empresas e criando vagas de trabalho em diferentes setores da economia. Atentos a isso, os municípios da região se estruturam para também se beneficiar desse movimento.

Em Içara, as ações para ampliar o número de empresas ligadas à tecnologia e inovação passa inclusive por mudanças na legislação municipal, como a redução para 2% da alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para os serviços de informática e congêneres.

Além disso, em dezembro foi sancionada lei que dispõe sobre a concessão de alvará de localização e funcionamento aos escritórios virtuais, coworkings, business centers e similares, com o objetivo de incentivar a instalação dessas empresas no município.

A nova legislação segue uma indicação da Associação Empresarial de Içara (ACII), que chegou à sugestão após promover um grupo de trabalho, realizar pesquisas e buscar referências em outros municípios, seguindo o movimento de inovação que se intensificou nos últimos anos.

“Em termos de inovação, lideranças são importantes, legislação também, assim como a cultura”, entende a professora de ensino superior na área de inovação e empreendedorismo, Roseli Jenoveva Neto, também mentora de novos negócios.

“Criciúma caminha para se consolidar como um polo de tecnologia e inovação. Nesses casos, muitas vezes o desenvolvimento do setor em outras cidades da região vem por imitação. A proximidade geográfica favorece essa tendência, uma vez que o exemplo positivo impacta e forma uma onda ao redor”, acrescenta.

Educação

Na avaliação da professora, para atrair investimentos e manter os jovens na região, é necessário também investir em educação. “Nenhuma empresa se instala em lugar onde não tenha os recursos humanos qualificados. Não precisa necessariamente ser uma pessoa com formação acadêmica, mas tem que ter ao menos os conceitos básicos de tecnologia e inovação”, pondera.

Liderando o movimento pela inovação na cidade, a ACII também busca parcerias, como a estabelecida recentemente com a Satc, para desenvolver ações de fomento ao ecossistema local, com a transferência de conhecimento. Entre as ferramentas desenvolvidas pela instituição está o Cobusiness Satc, um programa de inovação corporativa, focado na geração de oportunidades de negócios voltados à nova economia.

Centro de Inovação

Junto com as empresas e o poder público, as instituições de ensino formam a Tríplice Hélice e estarão representadas também no Centro de Inovação. Superados percalços como a falta de recursos, o prédio que abrigará o Centro de Inovação em Criciúma passa por obras e a previsão é de que a adaptação esteja concluída ainda este ano. Com a implantação, a perspectiva é de que novas oportunidades de negócios surjam, favorecendo o desenvolvimento do setor de tecnologia e inovação em outros municípios da Região Carbonífera, a exemplo de Içara.

O projeto é viabilizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina, que através de editais de chamadas públicas destina os recursos financeiros e mantém dois bolsistas em cada um dos Centros de Inovação espalhados pelo Estado. Esses bolsistas têm a missão de organizar, coordenar e realizar ações para o fortalecimento dos CIs. “Um lugar físico é uma referência, para acolher as pessoas, programar eventos, agregar. Isso faz uma diferença grande”, considera a professora Roseli.

Alcance regional

Segundo o presidente da Fapesc, Fabio Zabot Holthausen, os Centros de Inovação têm papel fundamental dentro do ecossistema de cada região, na medida em que incentivam e ativam os projetos, fazem a conexão em busca do desenvolvimento da inovação e da economia locais.

“Criciúma e região só têm a ganhar com o início da operação do Centro de Inovação, assim como já acontece em outras regiões de Santa Catarina. É muito importante que haja o diálogo e a inclusão de todos os municípios da região. É desta forma que o projeto se concretiza e vira um case de sucesso. O Centro de Inovação de Criciúma pode e deve ser um guarda-chuva e cobrir outros equipamentos importantes para o ecossistema de CTI”, defende.

“A Rede Catarinense de Centros de Inovação já tem exemplos importantes de regionalização em CIs que já estão em fase mais adiantada. Podemos citar o Pacto pela Inovação do Planalto Norte. Lá, o Centro de Inovação fica em São Bento do Sul, porém toda a região está envolvida. E isso é extremamente importante para termos consciência da relação que os outros municípios e os outros cidadãos têm com esse instrumento. O Centro de Inovação precisa de pessoas, de articulação política, de reconhecimento do setor empresarial, do engajamento das forças da academia e das forças locais”, completa.