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Lucas Lemos [Canal Içara]

Economia | 28/02/2017 | 22:00

Investimento da Cimolai é descartado

Lucas Lemos - lucas.lemos@canalicara.com

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A saída oficial da Cimolai do país foi afirmada pelo procurador de Içara Walterney Ângelo Réus em nota à imprensa nesta terça-feira, dia 28. O texto, contudo, omite as causas em debate e personifica a perda de R$ 15 milhões de investimento na cidade. A doação de um imóvel pelo Município havia sido barrada, a liminar foi posteriormente revogada, mas voltou a valer em um agravo de instrumento em ação civil pública. A última decisão é de outubro de 2016.

Em consequência da insegurança jurídica na composição societária da Cimolai, a empresa não vai se instalar mais nem mesmo no país. Isto porque uma empresa estrangeira precisa e autorização do Poder Executivo brasileiro para poder funcionar. A metalúrgica italiana chegou a adquirir uma empresa no Brasil. Mas não foi encontrada pelo Tribunal de Santa Catarina nem mesmo para ser notificada sobre o imbróglio judicial.


Nota: Por que perdemos a Cimolai?

Em junho de 2013, representantes da CIMOLAI, empresa italiana, quarta maior montadora de estruturas metálicas do mundo, entraram em contato com a administração municipal para viabilizar a instalação de uma unidade em Içara. Em abril de 2014 a CIMOLAI apresentou minuta do plano de negócios propondo implantar unidade para produção de 10 mil toneladas/ano de estruturas metálicas de grande porte, a partir do 4º ano de instalação; investir 15 milhões de reais em quatro anos; Em contrapartida, o Município doaria 10 hectares para instalação da empresa.

O assunto foi largamente debatido junto à sociedade, com audiências públicas gerais e debates específicos com as comunidades locais aonde o empreendimento seria instalado. Depois de tais debates, a Câmara de Vereadores aprovou as leis 3430 e 3431, ambas em 11 de junho de 2014, autorizando o município a conceder os incentivos econômicos e a promover a doação da área, respectivamente.

Em 02/07/2014, o servidor municipal, advogado Vanderlei Zanetta, por intermédio de sua filha e advogada Samanta Zanetta, propôs ação popular (028.14.003197-6) objetivando anular a doação da área à CIMOLAI. Depois de ouvido o Município, o juiz da causa negou o pedido de liminar feito pelo servidor para suspender o negócio jurídico.

Com a liminar sendo indeferida, e, havendo profundo interesse do Município em fomentar sua economia, as ações para implantação da empresa foram retomadas e, em 01 de agosto de 2014, a área foi escriturada e registrada em nome da CIMOLAI (matrícula 44.538).

Contudo, até a presente data, a CIMOLAI sequer foi citada para integrar o processo, ou seja, o processo ainda nem começou, colocando em risco qualquer investimento feito sobre o imóvel, o que congelou os ânimos dos empreendedores, que aguardaram pacientemente por mais dois anos, esperando que a questão se resolvesse. Até porque, não sendo desenrolada a situação em Içara, a empresa teria de se posicionar sobre o investimento a ser feito.

Nesse passo, em dezembro de 2016 a empresa CIMOLAI, por força desse impasse judicial que a impedia de iniciar a instalação de sua unidade no Brasil, optou por desistir do negócio, formalizando a vontade de devolver o imóvel para o Município e sair do Brasil.

Foi assim que perdemos a CIMOLAI; foi assim que perdemos um investimento de 15 milhões de reais de uma das maiores empresas de estruturas metálicas do mundo. Nesses tempos de crise aguda na economia, nesses tempos de empregos escassos e de depressão social, o preço dessa perda, para o Município de Içara e toda a região, é incalculável.