[Jornal Gazeta]
Economia | 11/09/2014 | 09:21
Ipiranga cai no esquecimento da população
Especial do Jornal Gazeta
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Pintura, climatização, mobiliário e modernização. Essas são apenas algumas das melhorias que precisam ser feitas na Sociedade Recreativa Ipiranga, em Içara. O clube de 74 anos é tradicional no município, mas há algum tempo vem perdendo a força e sendo pouco utilizado pela população. Tanto é que este ano, o Baile de Debutantes não será realizado por falta de interesse das garotas. E dos 200 associados, apenas metade faz uso das atividades oferecidas.
“Hoje, o Ipiranga não deve nada, tem apenas os custos de manutenção. No entanto, o que recebe, dá só para pagar as despesas. Por conta disso, não há dinheiro em caixa para que sejam feitos novos investimentos e, por sua vez, melhorias”, destaca o diretor do clube, Paulo Roberto Brígido. “Temos poucos associados hoje se considerarmos o número populacional de Içara. Mas temos muitos sócios beneméritos, que são aqueles que contribuíram por 25 anos e agora não pagam mais. Ou seja, eles usufruem dos serviços do clube, mas não pagam mensalidade”, acrescenta.
“Dependemos de títulos novos e mensalidades. E existem muitos inadimplentes, principalmente no inverno, existe uma grande redução. A mensalidade para o associado é de R$ 70. Isso para a família toda. Só que muitos não pagam e, se não pagam o dinheiro não entra”, afirma a secretária Sandra Maria Bento Bazzi. Apesar disso, as atividades oferecidas pelo clube continuam funcionando. Tem academia, musculação, aeróbica, zumba, vanerão, hisdroginástica e natação. “Somente a piscina não estava funcionando neste inverno porque os associados não utilizam e a manutenção é alta”, coloca a secretária.
Para que o Ipiranga seja inteiramente climatizado e modernizado, necessitaria de, no mínimo, R$ 200 mil. “É uma construção muito antiga, precisa ser melhorada. Desde a entrada até o clube em si. Todavia, para que isso seja feito precisamos de dinheiro, e o Ipiranga não tem nada em caixa. O que é arrecado com os poucos eventos que são feitos, acaba sendo revertido para as questões pontuais, para o que realmente é prioridade”, coloca.
Na academia e também na área da piscina, toda a estrutura do teto foi trocada. De acordo com a secretária, muitas outras coisas ainda precisam de melhorias. “Também colocamos para-raios e fizemos outras alterações solicitadas pelo Corpo de Bombeiros. Mas, por exemplo, temos mesas que já têm 70 anos. Precisamos trocar as janelas do clube para poder climatizar, o teto precisa ser arrumado, faltam cadeiras e mesas e muitas outras coisas. A direção faz o possível com o dinheiro que tem”, garante Sandra.
“Muitos reclamam que poderiam fazer vários eventos ali, mas que a estrutura não beneficia. Mas poucos tentam ajudar de alguma forma. O Ipiranga não é de um dono, é de uma sociedade e se todos ajudassem, as coisas iriam melhorar”, aponta. “Para o futuro do Ipiranga não existe outra saída além de negociar o terreno e mudar a estrutura para outro local. Um terreno de quatro ou cinco hectares e aí sim se construiria um clube mais completo. Até porque, hoje a área central não é ideal, não há estacionamento e diversos outros fatores que prejudicam. Então falta isso, união dos sócios para colocarem a venda, comprar outro terreno e apoio da população para fazer as coisas funcionarem”, finaliza.