Economia | 13/01/2022 | 08:03
IVAR: Fundação Getúlio Vargas cria novo índice sobre variação de aluguéis residenciais
FGV aponta deflação de 0,61% nos contratos em 2021
Redação | com a colaboração da FGV
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Um novo índice vai acompanhar a Variação de Aluguéis Residenciais no Brasil. O IVAR, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, inclui informações coletadas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis em Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. A partir de 2022, essas informações serão incorporadas também aos índices de preços ao consumidor avaliados pela FGV.
Mesmo lançado neste mês, o IVAR já permite acompanhar a variação desde 2019. Em 2021, chegou ao acumulado de 12 meses em 4,48% em agosto, mas fechou com 0,61% negativo no retrospecto do ano. O Índice Geral de Preços – Mercado, até então principal referência para o mercado de aluguéis, acumulou 17,78% de inflação no mesmo período.
“O setor imobiliário foi profundamente afetado pelos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho. O desemprego elevado sustentou negociações entre inquilinos e proprietários que resultaram, em sua maioria, em queda ou manutenção dos valores dos aluguéis, contribuindo para o recuo da taxa anual do índice”, avalia o pesquisador do FGV IBRE e responsável pela metodologia do IVAR, Paulo Picchetti.
“Ainda que a inflação, medida pelos principais índices de preços do país esteja em aceleração, a variação interanual dos aluguéis residenciais segue em desaceleração. A alta da inflação vem reduzindo a renda familiar, que segue pressionada pela apatia da atividade econômica e pelo alto índice de desemprego. Com a renda familiar em baixa, os valores dos aluguéis tendem a acompanhar tal tendência, refletindo o avanço das negociações entre inquilinos e proprietários”, avalia o coordenador dos índices de preços do FGV IBRE, André Braz.