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Lucas Lemos [Canal Içara]

Economia | 25/03/2020 | 08:50

Medidas extremas e a difícil decisão entre saúde e economia

Andréia Limas

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Com a intenção de garantir que o sistema de saúde não entre em colapso, com a disparada de casos de coronavírus, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, precisou tomar a corajosa medida de impor quarentena no Estado. Iniciada na semana passada e prorrogada a partir desta quarta-feira, dia 25, a medida paralisou todas as atividades consideradas não essenciais. Um remédio amargo, sem dúvida, administrado em um momento em que o gestor precisou escolher entre a saúde e a economia. Analisando friamente, em relação à saúde ainda não é possível dizer o quanto a medida foi acertada, embora todos reconheçam os problemas nessa área antes mesmo da chegada do vírus. Mas na economia, a projeção é de um reflexo profundo.

Setor produtivo
A paralisação das atividades significa uma queda brutal na produção de um dos setores industriais mais importantes do país; o fechamento de boa parte do comércio e a suspensão do turismo, em um Estado eminentemente turístico e no qual o setor de serviços respondeu pela imensa maioria dos empregos com carteira assinada gerados em 2019: 33,7 mil dos 71,4 mil apurados em Santa Catarina no saldo entre contratações e desligamentos, segundo dados do Caged. Evidente que as restrições caíram como uma bomba no setor produtivo e mesmo entre a população. Há incertezas dos dois lados sobre como será a crise econômica depois da crise de saúde pública.

Não está sozinho
Entretanto, Carlos Moisés não está sozinho. A quarentena foi adotada também pelo Rio de Janeiro (o principal destino turístico do país) e por São Paulo, o coração da economia brasileira. Na China, já dura dois meses, se estende por países da União Europeia e nos Estados Unidos a paralisação de atividades não essenciais e serviços públicos se acentua dia a dia – na Virginia, as escolas só voltarão a funcionar no próximo ano letivo, que por lá inicia em setembro. Para os economistas, é muito cedo para prever o que o coronavírus provocará não só no mercado interno como também no internacional.

O que pode ser feito?
Mas o que pode ser feito enquanto isso? A saída será projetar um cenário de recessão na economia mundial, reconhecer a possibilidade de uma crise econômica forte, já estudando alternativas para blindar a economia local ou ao menos amenizar as perdas. Salvar as empresas nacionais e manter o maior número de empregos possível, pois é isso que os outros países estão fazendo. Nesse cenário futuro, vai se sobressair quem conseguir se estabilizar primeiro, na saúde e na economia.

Socorro
Tanto o Governo do Estado quanto o Governo Federal anunciaram medidas para proteger o setor produtivo, na tentativa de garantir que as empresas tenham fôlego para passar por esse momento, sem precedentes na história recente do país. O socorro também veio de bancos públicos e privados, enquanto as entidades empresariais lutam para que seus associados possam se manter no mercado. Essa ajuda e a união de todos pode fazer a diferença entre a sobrevivência e a quebradeira.

Criatividade
Apesar do cenário nebuloso, a crise também abre espaço para a criatividade, para soluções inovadoras quando o distanciamento social precisa ser respeitado. Nesse sentido, algumas empresas já se adaptaram ao home office, às videoconferências, às reuniões virtuais. O Núcleo de Mulheres Empreendedoras da Associação Empresarial de Içara (ACII), por exemplo, montou uma programação de lives pelo Instagram, dirigida às nucleadas, abordando assuntos como a prevenção e cuidados ao coronavírus; ação do cérebro em isolamento; a importância das plantas para a mente; a mulher, emoção e a gestão.

Telemarketing
Outras empresas, no entanto, erraram a mão no início da quarentena. Aproveitando que eventuais clientes estariam em casa, companhias telefônicas e prestadoras de serviço insistiram no telemarketing, oferecendo todos os tipos de planos e produtos. Além de telefonemas, os e-mails, mensagens de texto e chamadas no WhatsApp também se intensificaram. Os bancos acreditaram que seria uma boa ideia cobrar aquela dívida antiga, ligando insistentemente para pessoas que tinham apenas o mesmo sobrenome dos devedores.

Estratégia ruim
Como não posso falar pelos outros, falo por mim. Entendo que essas estratégias estão completamente equivocadas porque, se estou em quarentena pela possibilidade de contrair um vírus e acabar tendo gastos com o tratamento e até de morrer, não vou contratar um plano que nem sei se terei a oportunidade de usar. Quanto aos devedores, se não pagaram até agora, porque pagariam nesta situação, sem saber o que os espera no dia seguinte?