Mel tem melhor safra dos últimos 20 anos

Se há pelo menos dois anos os produtores de mel de Santa Catarina enfrentavam problemas com o aumento considerável da mortandade de abelhas, agora, a situação é completamente inversa. Em Içara, o ano de 2013 foi satisfatório. Foi considerado, inclusive, o melhor dos últimos 20 anos. A informação é do presidente da Associação de Apicultores de Içara, Agenor Castagna.

“O último ano foi recorde para nós. Tivemos um aumento de 80% na produção de mel e isso nos torna referência. No último mês, inclusive, o mel de todo o estado de Santa Catarina foi citado como o melhor. E Içara está nesses dados, reforçando que ainda possuímos o título de Capital do Mel”, ressalta.

Só em 2013, a Região Carbonífera produziu mais de 935 toneladas de mel. “Em Içara, foram mais de 420 toneladas. Criciúma 280 e Orleans 110. São números significativos e quem devem ser comemorados por toda a nossa região”, avalia. “Em 2011 tivemos prejuízo e em outros anos a quebra na safra chegou a 70%. Mas esse problema surgiu por conta de alguns fatores climáticos. Muitas chuvas, frio excessivo e umidade. Logo depois, os produtores foram se reerguendo e a situação só melhorou”, acrescenta.

Apesar dos últimos registros serem positivos, criadores e produtores buscam parcerias para evitar novos surtos de mortandade de abelha. Relatório de Inteligência Setorial do Sebrae aponta pontos-chave para solução do problema que causou perdas significativas na produção entre 2006 e início de 2012. O período mais crítico foi entre 11 de julho a 11 de setembro de 2011. Foram meses de terror para os produtores, como lembra Nésio Fernandes de Medeiros, presidente da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina. Em quase 90 dias o estado perdeu cerca de 100 mil colmeias. Isto correspondente a 2 mil toneladas de mel.

Para pesquisadores, o uso de agrotóxico nas plantações, as chuvas intensas nos três meses deram vazão à doenças oportunistas como a Varroa. Apesar de em 2012 as abelhas terem se recuperado rapidamente e baterem o recorde de 7 mil toneladas/ano, o presidente da Faasc, lamenta que não se tenha uma resposta clara das instituições que estudam o desaparecimento repentino das colmeias. “Há muitas divergências de conceitos e a não existência de um diagnóstico preciso nos angustia”, revela.