Economia | 21/07/2021 | 06:59
O que a infraestrutura tem a ver com economia?
Infraestrutura é o princípio básico para atrair empresas e todos os benefícios que podem vir com elas
Andreia Limas
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Já comentamos muitas vezes neste espaço a importância de ter uma economia forte, pois quanto mais empresas em atividade, mais emprego e renda, mais arrecadação para o município, mais dinheiro circulando, mais investimentos e, por consequência, mais qualidade de vida para as pessoas. Mas onde a infraestrutura entra nessa equação?
Contar com infraestrutura necessária é o princípio básico para atrair empresas e todos os benefícios que podem vir com elas. Falo aqui sobre abastecimento de água e oferta de energia, importantes para a população e para os negócios, na medida em que são também insumos utilizados na indústria e na agropecuária, por exemplo.
No entanto, o foco desta vez será a infraestrutura viária. O transporte rodoviário é o principal sistema logístico do país e não é diferente no Estado e na nossa região. Tanto que entidades como a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) constantemente promovem o debate sobre a situação da malha viária e cobram investimentos do poder público.
Paulino Búrigo
Um bom exemplo sobre a relação entre infraestrutura viária e a economia está bem perto de nós e atende pelo nome de Rodovia Paulino Búrigo. Depois de passar por uma revitalização completa do trecho entre os bairros Presidente Vargas e Vila Nova, em Içara, a SC-445 viu o fortalecimento das empresas instaladas às suas margens e a consolidação de novos empreendimentos, como o Atacadão e o Combo Atacadista, esses completando o primeiro ano de operações nesta semana.
Duplicação
E os projetos para a via não param, inclusive, o de duplicação. O sonho antigo chegou a virar um projeto elaborado pelo Governo do Estado, visto que a rodovia é estadual. Mas a proposta não foi adiante pelo alto custo da obra (cerca de R$ 100 milhões na época) e a quantidade de elevados apresentada. Cogitou-se a hipótese, também, da municipalização da via, que não teve sequência, porém a ideia da transformação da SC-445 em uma grande avenida de Içara volta a ganhar força.
Plano Diretor
Entre as propostas de emenda apresentadas ao Plano Diretor, atualmente em tramitação na Câmara Municipal, também há mudanças no zoneamento em trechos marginais à rodovia, permitindo a ocupação de áreas por empresas.
Via Rápida
As propostas incluem ainda a Via Rápida, entre elas, a emenda que define um trecho às margens da rodovia como zona industrial. Vale lembrar que a maior parte da Rodovia Aristides Bolan, também estadual, fica em território içarense, cortando sobretudo áreas dedicadas à agricultura.
Em Criciúma, uma lei aprovada em 2019 corrigiu o zoneamento do solo ao longo das glebas da Via Rápida, definindo os locais possíveis como zona industrial e outros como zona mista, por já haver edificações residenciais.
Extensão
Com o apoio dos três municípios e das Associações Empresariais de Criciúma, Içara e Balneário Rincão, está sendo elaborado o projeto para a extensão da Via Rápida até o Rincão, criando mais um acesso e um novo corredor de desenvolvimento até a cidade litorânea. Os recursos para a elaboração do projeto executivo foram garantidos pelo Estado, mas assegurar verbas para a execução da obra é uma luta que ainda vai exigir muitos esforços.
Iluminação
Por outro lado, a iluminação dos 12,7 quilômetros entre Criciúma e a BR-101, em Içara, pode enfim estar pronta até o ano que vem. A licitação para a contratação da empresa que vai executar obras e serviços de engenharia para construção de rede subterrânea de distribuição de energia elétrica e iluminar a Via Rápida deve conhecer o seu vencedor em 3 de agosto. A partir da assinatura do contrato, a empresa terá 300 dias para finalizar os serviços. A obra será custeada pela Celesc, com a posterior compensação no ICMS a pagar.
Rodovia dos Trilhos
Sendo pavimentada com recursos do Governo do Estado e contrapartida do município, a Rodovia dos Trilhos é apontada como novo vetor de desenvolvimento em Içara, ao criar mais um acesso asfaltado à BR-101, cortando a comunidade de Esperança. Por lá já existe um condomínio empresarial e há o projeto (bastante atrasado) de instalação do Terminal Intermodal. Portanto, será vital essa ligação rodoviária e ferroviária para o transporte de cargas até o Porto de Imbituba.
Mas surgiu um impasse quanto à implantação de um desvio no trecho do terminal. A Ferrovia Tereza Cristina alega questões técnicas para a solicitação, os moradores não aceitam a mudança no projeto original e a Administração Municipal tenta resolver politicamente. Vamos esperar que haja uma solução o mais rápido possível, pois a importância da obra nem se discute.